Dona Luísa Helena de Orléans e Bragança (Distrito Imperial, Rio de Janeiro, 3 de julho de 1973) é a Princesa Imperial do Brasil e, consequentemente, a herdeira presuntiva ao Trono e à Coroa do Império do Brasil.
Nascida no Palácio Imperial Dona Isabel, Luísa é a filha mais nova e a única mulher filha do Imperador D. Luís I e da Imperatriz Consorte Dona Josefa de Hohenzollern. É bisneta de Luís Maria de Orléans e Bragança, trineta de Luís III, o último rei da Baviera, e da Imperatriz Dona Isabel I do Brasil e de seu esposo, o príncipe D. Gastão de Orléans, Conde D'Eu, além de ser tetraneta de D. Pedro II e da Imperatriz Consorte Dona Teresa Cristina.
Dona Luísa foi educada principalmente no Colégio Pedro II, no centro do Rio de Janeiro, além de receber aulas particulares de línguas estrangeiras e, como princesa da Família Imperial, de ciência política, economia, relações internacionais e direito. No ensino superior a Princesa Imperial cursou letras, com curso secundário de literatura brasileira.
Por ser a filha mais nova do Imperador, Luísa não era, ao nascer, uma herdeira presuntiva ao Trono e a Coroa do Brasil, haja vista que seus irmãos - D. Francisco Leonardo e D. Afonso Júlio - estavam na sua frente na Linha de Sucessão, deixando-a em terceiro lugar. A primeira mudança drástica na Linha de Sucessão ocorreu em 1998, quando seu irmão e segundo filho do Imperador e da Imperatriz Consorte, D. Afonso Júlio, renunciou seus direitos de sucessão quando anunciou que seguiria carreira política - algo que, em virtude da Lei de Imparcialidade da Família Imperial, é proibido, pois nenhum membro da Família Imperial Brasileira pode se afiliar à um partido, nem concorrer à cargos públicos. Dessa forma, Anna passou a ser a segunda na linha de sucessão, atrás de seu irmão mais velho D. Francisco Leonardo. Em 25 de julho de 2000 o Voo Air France 4590 mudou completamente os rumos da Linha de Sucessão: o trágico acidente tirara a vida de D. Francisco Leonardo, então Príncipe Imperial do Brasil. O mesmo acidente tirou a vida de D. Pedro Luís do Brasil - filho mais velho do irmão do Imperador, D. Antônio de Orléans e Bragança, Duque de Bragança e Ligne. Sendo, na ocasião, a segunda na Linha de Sucessão, após a trágica morte de seu irmão, Dona Luísa herdou seu lugar, tornando-se assim a Princesa Imperial do Brasil, herdeira presuntiva do Trono e da Coroa do Brasil.
Desde 11 de fevereiro de 2000 Dona Anna é casada com o empresário e economista Eduardo di Stazzema, filho do 3º Conde de Teresópolis. Por ocasião do casamento, como tradicionalmente ocorre, o casal foi agraciado com um título, no caso, D. Luís I criou o título de Duque e Duquesa do Ipiranga para a união. Do casal, nasceram dois filhos, em 2004: D. Gabriel Augusto, Príncipe do Grão-Pará e em 2006, Dona Maria Carolina, Marquesa de Salvador.
Início de vida[]
Dona Luísa Helena nasceu no local onde residiam seus pais: o Palácio Imperial Dona Isabel, no dia 3 de julho de 1973 e foi a terceira filha e única mulher do então casal formado pelo Príncipe Imperial e a Duquesa de Bragança - futuros Imperador e Imperatriz Consorte. Seu nome foi anunciado no dia 12 de julho, 9 dias depois de seu nascimento. Ao contrário da tradição de batismos na Família Imperial, o nome da princesa não foi escolhido pelos seus pais, mas sim foi dado por seu avô Luís Fernando da Prússia, então Chefe da Casa de Hohenzollern e pretendente ao Trono Prussiano, que homenageava as raízes germânicas mãe da princesa, pois, na época, "Louisa" era um nome muito comum em países como Alemanha e Áustria, e foi adaptado à língua portuguesa.
Foi batizada pelo Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, Dom Eugênio Sales, no dia 17 de agosto, na capela do Palácio Imperial de São Cristóvão, tendo como padrinho seu tio paterno, D. Bertrand de Orléans e Bragança, o Duque de Vassouras, e como madrinha sua tia Dona Eleonora Maria, Marquesa de Ouro Preto. Seu nome completo foi escolhido como "Luísa Helena Maria Isabel Leopoldina Antonieta Madalena".
Sua primeira viagem para o além-mar ocorreu quando a princesa tinha 10 anos de idade e acompanhou seus pais em uma visita às Cidades-autônomas de Cádiz e Zenith.
Durante a infância, mantendo uma tradição da Família Imperial Brasileira, a princesa raramente era vista em público fora das ocasiões onde se deslocava para a escola ou participava de eventos oficiais. Na vida particular, Dona Luísa era muito querida tanto por seus parentes quanto pelos funcionários do Palácio Isabel. Seu comportamento na infância era descrito como doce, meigo e calmo - em oposição à seus irmãos mais velhos que tinham um comportamento muito agitado.
Quando em 1981 seu avô, D. Pedro III, faleceu e seu pai, D. Luís I, assumiu o Trono a princesa se mudou com a família para o Palácio de São Cristóvão, e, a partir desta data, como filha do imperador, a pequena Luísa, passou a aparecer com mais frequência em público.
Eventos como a carreira política de seu segundo irmão, D. Afonso Júlio, e a morte de seu irmão mais velho, D. Francisco Leonardo, culminaram no reconhecimento de Dona Luísa como a Princesa Imperial do Brasil, posição que ocupa desde 25 de julho de 2000.
Educação[]
Luísa foi educada em colégios tradicionais do Rio de Janeiro. Seu Ensino Infantil foi cursado no Colégio Marista São José, e, ao final do ciclo, a princesa foi transferida para o Colégio Pedro II, onde estudou até o final do Ensino Médio. Em 1983, aos dez anos, a Princesa começou a receber aulas particulares de piano, tendo sido o maestro e pianista Senhor João Carlos Martins escolhido como seu tutor pela própria imperatriz.
Ao longo da adolescência, como tradicionalmente ocorre, a princesa recebeu aulas particulares sobre política, economia, direito e relações internacionais - estudos realizados por todos os príncipes da Família Imperial -, dentre alguns de seus tutores, destacam-se o Ex-Primeiros-ministros, Senhor Ernesto Geisel e João Figueiredo e o Ex-Senador Ulysses Guimarães, 8º Barão de Guimarães.
Enquanto cursava o ensino básico, Dona Luísa demonstrou grande aptidão nas áreas de Línguas nacionais e estrangeiras, literatura e história, sendo também um grande destaque nos esportes, mais especificamente no vôlei, esporte do qual disputou diversos torneios nacionais e estrangeiros, conquistando alguns.
Ao final do ensino médio, a princesa ingressou no curso de Letras, com curso secundário de Literatura Brasileira, na Imperial Universidade do Rio de Janeiro, formando-se em ambos em 1996. Posteriormente cursou mestrado e doutorado simultaneamente em Literatura europeia, conquistando o primeiro em 1999 e o segundo em 2001.
Namoros e casamento[]
Durante sua adolescência, Dona Luísa ficou marcada pelo baixo número de relacionamentos que possuía, e também pela descrição que tinha com sua vida íntima, evitando andar de mãos dadas pelas ruas, ou demonstrar sinais de carinho em locais públicos. De acordo com a Casa Imperial, a princesa teve apenas um relacionamento sério na adolescência - com um garoto que conheceu no ensino médio e com o qual se relacionou por 4 anos. Por não ser um membro da nobreza, nem filho de alguma personalidade, tanto o nome do garoto quanto o motivo do término foram preservados.
Em 1997, enquanto a princesa realizava uma viagem a fim de fazer um curso para seu mestrado, ela conheceu na Universidade de Oxford um jovem aluno da faculdade de economia, o qual também era brasileiro: Eduardo Stazzema, filho do 3º Conde de Teresópolis. Embora estudassem em diferentes Colleges, ao longo da estadia de ambos no Reino Unido, começaram a se encontrar com frequência, e, 2 meses depois de a princesa regressar do estrangeiro, em novembro de 1997, a Casa Imperial confirmou o namoro dos dois.
Em 1998 fotos do casal foram publicadas em diversas revistas de fofocas, como a Mundo da Nobreza e a Caras. Nas comemorações do Dia da Pátria do mesmo ano, Eduardo foi o convidado de honra da princesa, o que aumentou os rumores sobre um possível noivado entre os dois.
Noivado e casamento[]
Apenas em 14 de agosto de 1999 a Casa Imperial oficializou o noivado entre a princesa Dona Luísa e Eduardo di Stazzema. O casal deu uma entrevista oficial após o anúncio, onde Dona Luísa afirmou que o pedido partiu de Eduardo e que ela "não estava à espera. O pedido foi um verdadeiro choque, uma grande felicidade e me emocionou muito". Em 20 de agosto a Casa Imperial anunciou que a data escolhida para o matrimônio foi 11 de fevereiro de 2000, dia de Nossa Senhora de Lourdes - santa de devoção da avó de Eduardo, a 2º Condessa da Teresópolis.
O casamento realizou-se na manhã do dia 11 de fevereiro de 2000 na Catedral de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, com grande repercussão da mídia. Na lista de convidados da cerimônia, estavam 900 nomes, que incluíram celebridades, representantes de famílias reais e membros da nobreza brasileira, familiares e amigos pessoais. No jantar de comemoração, no Palácio de São Cristóvão, participaram apenas 250 convidados.
No dia seguinte ao noivado Eduardo foi condecorado com o título de Duque do Ipiranga, além de ter recebido a Grã-Cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro e da Imperial Ordem de Pedro Primeiro e o estilo de "Dom" - tratamento exclusivo da Família Imperial. Como filha do imperador, Dona Luísa já possuía a Grã-Cruz de todas as ordens de cavalaria brasileiras e, à época, possuía o título de Princesa do Grão-Pará - título não transferível ao cônjuge no matrimônio. Por ocasião do casamento a princesa recebeu o título de Duquesa do Ipiranga e Condessa de Teresópolis - título que seu marido já possuía antes do casamento -, além da Grã-Cruz da Nobilíssima Ordem das Damas da Imperatriz Consorte - condecoração dada pela imperatriz à mulheres da nobreza por ocasião de seus matrimônios ou grandes feitos.
Filhos[]
Foi anunciado no dia 28 de abril de 2003 pelo Secretariado Oficial do Palácio Isabel, um comunicado oficial de que a princesa estava esperando um bebê. Na madrugada do dia 24 de janeiro de 2004 foi anunciado oficialmente que a princesa havia entrado em trabalho de parto, no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis. Do sexo masculino, o bebê nasceu ao 12h35, com 3,8 kg. A notícia foi divulgada às 20h30 do mesmo dia.
Batizado em 5 de dezembro de 2004, na Capela do Palácio de São Cristóvão, o príncipe recebeu o nome de Gabriel Augusto Bernardo José Antônio Maria de Alcântara Pedro Leopoldo Luís Eduardo de Orléans e Bragança, tendo como padrinhos, o Príncipe D. Afonso Júlio, Duque de Bragança, a Duquesa de Bragança, Dona Juliana de Abrantes, a Condessa-Viúva de Teresópolis, Maria di Stazzema e o Barão de Juiz de Fora, Geraldo de Assis e Santos. D. Gabriel é o segundo na Linha de Sucessão ao Trono e a Coroa do Brasil, atrás de sua mãe, sendo, por isso, o Príncipe do Grão-Pará.
Em 10 de junho de 2005, o Secretariado Oficial do Palácio Isabel confirmou que o casal Luísa e Eduardo aguardavam um segundo filho. Às 06:34 da manhã do dia 17 de março de 2005, nasceu uma menina de 3,2 Kg, no Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda, no Rio de Janeiro. A notícia foi divulgada às 19:00 do mesmo dia.
A filha da princesa recebeu no batismo, em 19 de janeiro de 2006, na Capela do Palácio de São Cristóvão, o nome de Maria Carolina Josefa Letícia Teresa Vitória de Orléans e Bragança, tendo como padrinhos, Dom Duarte Pio de Bragança, de jure Rei de Portugal e Duque de Bragança e Isabel de Herédia, de jure, Rainha-consorte de Portugal e Duquesa de Bragança . Dona Maria Carolina é a terceira na linha de sucessão ao Trono e a Coroa do Brasil, atrás de sua mãe e de seu irmão mais velho, além disso é detentora dos títulos de Princesa do Brasil e de Marquesa de Salvador.
Deveres e vida pública[]
A príncipe D. Luísa fez sua primeira aparição em eventos oficiais durante as comemorações do Jubileu de Ametista de seu avô, D. Pedro III, quando ainda contava apenas três anos de idade. Três anos depois, a jovem princesa voltou a marcar presença nas comemorações do aniversário de 70 anos do imperador, em 1979. Depois desses dois grandes eventos oficiais, a princesa participou apenas da cerimônia de coroação do pai, em novembro de 1981, aos 8 anos, reaparecendo no ano seguinte durantes as comemorações de 160 anos da Independência.
Ao completar dez anos, a princesa acompanhou seus pais em viagens oficiais ao Reino Unido, França, Alemanha, e visitou as Cidades-autônomas de Cádiz e Zenith. Ao completar 15 anos, a princesa ganhou um baile de debutante que contou com a presença de diversas personalidades, dentre políticos, nobres, amigos e outras celebridades brasileiras.
Em 1998, ao completar 25 anos, seguindo a Constituição do Brasil, a princesa assumiu uma cadeira no Senado, ocupando também as funções de Princesa do Grão-Pará, já que seu irmão, D. Afonso Júlio, havia renunciado seu lugar na Linha de Sucessão para seguir carreira política naquele mesmo ano. Como senadora, a princesa realizou funções oficiais destinadas aos outros membros da Câmara Alta, como participar de reuniões das comissões e das sessões legislativas, e discursar e votar. D. Luísa realizou algumas outras funções extraordinárias como representante do Senado e como membro da Casa Imperial, realizado viagens oficiais, recepcionando diplomatas e oficiais estrangeiros, comparecendo a reuniões com chefes de governo e ministros de estado, entre outros. Durante seu mandato como senadora (1998-2007) a princesa foi relatora de diversos projetos, como o que tornou obrigatório o ensino de LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) nas escolas do país, além da indicação de 13 diplomatas para o cargo de embaixador ao redor do mundo. Ao contrário do que estipula a Constituição, a princesa não teve um mandato comum de senadora, isto é, 8 anos, isso porque ela passou um ano em licença maternidade devido ao nascimento de seu filho, D. Gabriel Augusto, servindo, ao todo, por 9 anos no Senado.
Entre julho e agosto de 2008, ela realizou sua primeira turnê solo oficial, que realizou com seu marido, visitando, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Recife, Salvador, Fortaleza, Curitiba, Florianópolis e São Paulo.
Como Princesa Imperial do Brasil, D. Luísa tem como função principal representar a monarquia, o imperador e a nação brasileira frente à comunidade nacional e internacional. A princesa realiza viagens, recepciona eventos oficiais e faz diversas outras funções em nome do Brasil. É também patrona de cinco instituições: a Imperial Biblioteca Nacional (biblioteca), o Museu Imperial de Petrópolis e o Museu do Amanhã (museus), a Faculdade de Letras da Imperial Universidade do Rio de Janeiro (faculdade) e a Sociedade Brasileira para a Preservação da Amazônia (instituição de preservação da Floresta Amazônica).
Títulos, estilos, honras e brasão[]
Títulos e estilos[]
- 3 julho de 1973 - 19 de fevereiro de 1998: Sua Alteza Real, Dona Luísa Helena de Orléans e Bragança, Princesa do Brasil
- 19 de fevereiro de 1998 - 25 de julho de 2000: Sua Alteza Imperial e Real, Dona Luísa Helena de Orléans e Bragança, Princesa do Grão-Pará
- 25 de julho de 2000 - presente: Sua Alteza Imperial e Real, Dona Luísa Helena de Orléans e Bragança, Princesa Imperial do Brasil
- Por casamento: Sua Alteza Imperial e Real, Dona Luísa Helena de Orléans e Bragança, Duquesa do Ipiranga e Condessa de Teresópolis
Seus títulos e estilos completos são "Sua Alteza Imperial e Real, Dona Luísa Helena de Orléans e Bragança, Princesa Imperial do Brasil, Duquesa do Ipiranga, Condessa de Teresópolis, Dama Grã-Cruz da Nobilíssima Ordem das Damas da Imperatriz Consorte e Dama Grã-Cruz de todas as Ordens de Cavalaria do Império do Brasil".
Honras[]
Brasileiras[]
5 de julho de 1981: Dama Grã-Cruz da Imperial Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo
5 de julho de 1981: Dama Grã-Cruz da Imperial Ordem de São Bento de Avis
3 de julho de 1982: Dama Grã-Cruz da Imperial Ordem de Sant'Iago da Espada
5 de julho de 1981: Dama Grã-Cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro do Sul
5 de julho de 1981: Dama Grã-Cruz da Imperial Ordem de Pedro Primeiro
3 de julho de 1973: Dama Grã-Cruz da Imperial Ordem da Rosa
12 de fevereiro de 2000: Dama Grã-Cruz da Nobilíssima Ordem das Damas da Imperatriz Consorte
Estrangeiras[]
Espanha[]
29 de março de 2004: Dama da Ordem do Tosão de Ouro
Portugal[]
10 de agosto de 2011: Dama da Real Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa