1928 ← → 1933 | ||||
1 de setembro de 1932 | ||||
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Candidato | Augusto Gaspárcio | Acis Monteiro | ||
Partido | PIB | PTB | ||
Natural de | São Bento | Rio Grande | ||
Vencedor em | 23+D.R | 3 | ||
Votos | 9,843,321 | 4,281,244 | ||
Porcentagem | 52,28% | 27,98% | ||
A Eleição presidencial no Brasil em 1932 foi realizada em 1 de setembro de 1932, para eleger o presidente do Brasil. O presidente titular, Boris Cleber estava irreelegível de concorrer ao terceiro mandato, com isso não participou da eleição. Essa seria a última eleição durante a Primeira República Brasileira e a última eleição democrática pelo país antes do Estabelecimento do Estado Novo em 1932.
O candidato ultranacionalista do PIB, Augusto Gaspárcio venceu as eleições obtendo 52,36% pelo voto popular, sendo essa uma larga vantagem em comparação ao adversário do PTB, Acis Monteiro, que recebeu 22,7%. O Candidato governante, Fábio Marchal recebeu apenas 8,3% dos votos, sendo esse o pior resultado eleitoral na história do partido desde as eleições de 1900.
Foi a primeira vez em toda história tanto no Brasil como na América em que um candidato de extrema-direita nacionalista ou fascista venceu uma eleição nacional. Gaspárcio que tomou posse em 8 de outubro de 1932, com apoio do parlamento (que pela metade era composta por integralistas), conseguiu dissolver o parlamento nacional e obter legalmente os plenos poderes, estabelecendo assim o Estado Novo.
Contexto[]
Crise de 1928[]
Em 7 de agosto de 1928, o Banco da Valentude, um dos maiores bancos do Brasil no momento, entrou em uma recessão que 2 dias depois resultou rapidamente em sua falência, onde cerca de mais de 20,000 trabalhadores naquele dia acabaram ficando desempregados. Dias depois da falência, mais de 2 bancos considerados os maiores do Brasil entraram em mais uma recessão, que novamente resultou em sua falência, prejudicando a renda de cerca de 400,000 pessoas em apenas 10 dias. A partir do mês de setembro, mais de 4 bancos em todo país entraram em falência, e rapidamente a falência afetou cerca de 20 bancos pelo mundo inteiro, começando assim a crise mundial de 1928.
Países europeus foram os primeiros a começarem a serem afetados, começando com o Banco da Madeira em Portugal, que apesar de conseguir se assegurar, resultou no inicio da crise econômica no país. Durante toda crise, cerca de 40 países fora do brasil foram afetados na crise, sendo um dos mais graves a Espanha, Nicarao e Bolívia que só se recuperaram na década de 1940.
A crise afetou cerca de 60% da população do país, onde 57% dos brasileiros estavam na situação de pobreza. O Desemprego estava em seu maior recorde em toda a história do brasil, com 53% da população brasileira desempregada e 44% deles perderam o emprego por conta da devastadora crise. Os que continuaram com emprego durante a grande crise, tiveram um corte de 20% em seus salários, o que resultou na queda do poder compra.
Campanha dos Integralistas[]
Com a forte impopularidade do governo de Boris Cleber, os integralistas aproveitaram de toda a situação de crise para usar em seus discursos onde culpavam os capitalistas e os liberais de serem os principais causadores da crise econômica e que a o nacionalismo brasileiro estava se deteriorando, além de alegarem uma possível ameaça e revolução comunista que poderia vim com a popularidade dos comunistas pelo país. Os discursos acabaram sendo aceitos por boa parte dos eleitores, sendo eles diversas classes tanto as mais precárias como até mesmo os de classe rica do país, que acreditavam em uma possível revolução comunista pelo país.
As propagandas do partido e a Revista Anauê! (revista pelo Partido Integralista) foram importantes para a divulgação das ideias e pensamentos integralistas para o população em geral. De fevereiro a agosto de 1932, cerca de 800,000 publicações foram vendidas por todo país, sendo a terceira revista mais vendida e lida pelo país.
Resultados[]
O Integralista, Augusto Gaspárcio venceu a eleição por uma vitória considerada esmagadora e histórica por muitos analistas, onde obteve 52,3% dos votos válidos, sendo essa a maior porcentagem que um candidato obteve desde as eleições de 1876 quando Thomas Nino atingiu 65,4% pelo voto popular. Em seguida, vem Acis Monteiro que recebeu 22,77% dos votos, sendo esse o melhor resultado de um candidato comunista pelas eleições no país até os dias de hoje. O candidato trabalhista e considerado por muitos como ''governista'', Fábio Marchal, obteve 27,9% dos votos válidos, sendo esse o pior resultado do PTB desde as eleições de 1912, quando o PTB obteve 11% dos votos.
Gaspárcio conseguiu em 24 estados federativos brasileiros incluindo o distrito federal, sendo o estado com o seu melhor resultado o Estado de Rondônia onde recebeu 88% pelo voto estadual. Teve uma dificuldade com os estados do sul, vencendo em apenas 1 dos 4 estados, no caso o Rio Grande.
A vitória de Gaspárcio junto com a vitória de seu partido nas eleições parlamentares foi considerado como o primeiro grande passo para o rumo do Estado Novo, no qual Gaspárcio teria uma grande facilidade de governabilidade no seu futuro governo para obter os seus poderes em uma votação no Parlamento Nacional.
Candidato | Partido | Turno único | ||
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Votos | % | |||
Augusto Gaspárcio | Partido Integralista Brasileiro | 9,868,321 | 52,3 / 100 | |
Acis Monteiro | Partido Trabalhista Brasileiro | 5,281,844 | 27,9 / 100 | |
Raimundo Jerman | Partido Conservador | 2,323,031 | 11,8 / 100 | |
Fábio Marchal | Partido Comunista Brasileiro | 1,275,210 | 6,7 / 100 | |
Eduardo Finky | Partido Liberal | 219,004 | 1,1 / 100 | |
Candidato | Partido | 18,876,410 | 100% |