A seguinte página da Um Império Nos Trópicos está em construção.
Por favor, não edite ou altere este artigo de qualquer maneira enquanto esse template está ativo. Todas as edições não-autorizadas serão revertidas a partir dos critérios do administrador. Proponha mudanças na página de discussão. |
| ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
As eleições legislativas no Brasil em 2023 foram realizadas na sexta-feira, dia 2 de junho de 2023 para a Câmara dos Deputados do Brasil. A eleição resultou em uma vitória acirrada da federação governista do Bloco Mudança e União, encabeçado por Fernando Haddad, por uma diferença mínima recorde de três cadeiras para a Coligação Popular Democrática, liderada por Aldo Rebelo.
O Partido Liberal havia ganho as eleições de 2019 com uma ampla maioria também sob a Coligação Popular Democrática, formando uma coligação com o Partido Federalista. Contudo, seu governo foi assolado sobretudo pela pandemia de COVID-19, que causou mais de 300 mil mortes e um revés econômico no país. Apesar da melhora em 2022, o revés voltaria a ser discutido com o alto custo da coroação de Afonso I durante as celebrações do bicentenário da independência, e com o aumento do preço dos combustíveis e pedágios, que acarretariam também na greve geral dos caminhoneiros, que paralisaria o país em novembro de 2022. A crise se afundaria após a retirada de apoio dos partidos Verde e Juntos!, que apoiariam a moção de desconfiança em março de 2023.
Essa foi a primeira eleição para a Câmara desde 2019, e a primeira sob o reinado de Afonso I. A Primeira-ministra Ana Amélia Lemos sofreu uma moção de desconfiança e manifestou sua intenção de renunciar ao cargo de líder o partido, não concorrendo à reeleição. O Bloco Mudança e União convocou uma eleição de liderança, que deu vitória ao deputado Fernando Haddad (PL) em cima de Rodrigo Maia (PF).
As pesquisas até a moção de desconfiança mostravam uma liderança modesta do Bloco Mudança e União em até cerca de 5 pontos acima da Coligação Popular Democrática. Contudo, além da renúncia de Ana Amélia Lemos, a margem acabaria acirrando até a última semana de campanha, da qual os dois maiores nomes acabariam em empate técnico. No fim, os dois partidos acabariam perdendo cadeiras, com o BMU sofrendo a maior queda de 77 cadeiras, e o CPD de apenas 10. O Bloco Republicano, então consistentemente o quarto colocado nas pesquisas, viu seu número de assentos aumentar para 57, desbancando o então tradicional Partido Conservador para quarto lugar. Com o maior número de assentos ganhos, a Frente Nacionalista, liderada por Jair Bolsonaro, virou o quinto maior partido, seguido pelo Partido Verde, de Marina Silva. Novos partidos que entram na Assembleia Geral são o Movimento de Unidade Indígena, com dois deputados e o União Libertária, com um deputado.
A avaliação do resultado das eleições, apesar de estarem em sintonia com as pesquisas, são considerado uma surpresa para analistas e os setores mais tradicionais da política. Desde a mudança do sistema de votação e a permissão de partidos republicanos a entrarem na Assembleia Geral nos anos 60, juntamente à insatisfação do eleitorado brasileiro em relação à política contemporânea, novas agremiações políticas têm surgido como alternativas consideradas viáveis em confrontar esses grupos tradicionais, como são o caso do Bloco Republicano, que ocupou parcelas da esquerda do CPD, e da Frente Nacionalista, da direita do Partido Conservador.
Contexto[]
Pandemia de COVID-19[]
Coroação de Afonso I[]
Greve dos caminhoneiros e crise política[]
Reforma política[]
Sistema eleitoral[]
Partidos e candidatos[]
Candidatos[]
Campanha[]
Cobertura da mídia[]
Desinformação[]
Debates[]
Pesquisas eleitorais[]
2023[]
Data de pesquisa | Agregador | Tamanho da amostra | BMU | CPD | PC | BR | J! | FN | PCB | PV | L | L7S | Outros | Vantagem | |||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
PL | PF | PP | PS | PT | |||||||||||||
29–30 Mai | Ipespe | 1.500 | 29,6% | 28,7% | 11,9% | 10,2% | 2,9% | 7,8% | 1,3% | 5% | 0,9% | 0,8% | 0,9% | 0,9% | |||
27–30 Mai | IPEC | 2.300 | 21,1% | 7,6% | 7,7% | 14% | 7,4% | 12,8% | 9,4% | 2,1% | 6,9% | 2% | 5,3% | 1,7% | 0,7% | 1,3% | 0,4% |
28,7% | 29,1% | ||||||||||||||||
28 de maio | Fernando Haddad vence a eleição de liderança do Bloco Mudança e União. | ||||||||||||||||
24–26 Mai | Datafolha | 5.926 | 23,2% (119) |
7,1% (37) |
8% (41) |
13,5% (69) |
6,7% (35) |
12% (61) |
9,9% (51) |
2,8% (14) |
7,2% (37) |
1,9% (10) |
4,8% (24) |
1% (5) |
0,8% (4) |
1,1% (6) |
2,1% |
30,3% (156) |
28,2% (145) | ||||||||||||||||
18 de março | Ana Amélia Lemos decide renunciar ao cargo de líder do Bloco Mudança e União e convoca novas eleições legislativas. | ||||||||||||||||
28 de fevereiro | Fusão entre os partidos do Bloco Republicano é formalizada. |
Resultados[]
Partido | Lista fechada | Lista aberta | Assentos totais | +/- | ||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Votos | % | Assentos | Votos | % | Assentos | |||||
Bloco Mudança e União | 26 086 754 | 22,35% | 57 | 38 191 289 | 32,81% | 84 | 141 | -77 | ||
Partido Liberal | 21 052 468 | 18,04% | 46 | 23 642 227 | 20,31% | 52 | 98 | -73 | ||
Partido Federalista | 5 034 286 | 4,31% | 11 | 14 549 063 | 12,50% | 32 | 43 | -4 | ||
Coligação Popular Democrática | 31 121 039 | 26,67% | 68 | 31 826 074 | 27,34% | 70 | 138 | -10 | ||
Partido Progressista | 6 864 935 | 5,88% | 15 | 15 458 379 | 13,28% | 34 | 49 | -14 | ||
Partido Socialista | 14 187 532 | 12,16% | 31 | 7 274 531 | 6,25% | 16 | 47 | -7 | ||
Partido Trabalhista | 10 068 572 | 8,63% | 22 | 9 547 823 | 8,21% | 21 | 43 | +11 | ||
Bloco Republicano | 15 102 857 | 12,94% | 33 | 10 911 797 | 9,38% | 24 | 57 | +27 | ||
Partido Conservador | 8 695 584 | 7,45% | 19 | 16 367 695 | 14,06% | 36 | 55 | +5 | ||
Frente Nacionalista | 12 814 545 | 10,98% | 28 | 7 274 531 | 6,25% | 16 | 44 | +38 | ||
Partido Verde | 6 407 273 | 5,49% | 14 | 3 637 266 | 3,13% | 8 | 22 | +16 | ||
Partido Comunista Brasileiro | 3 209 779 | 2,75% | 7 | 2 273 291 | 1,95% | 5 | 12 | +5 | ||
Federação Democrática Solidária | 3 197 493 | 2,74% | 7 | 1 895 225 | 1,63% | 3 | 10 | +4 | ||
Partido Democrata Cristão | 1 039 968 | 0,89% | 2 | 1 363 975 | 1,17% | 3 | 5 | +1 | ||
Partido da Boa Vontade | 1 372 987 | 1,18% | 3 | 382 729 | 0,33% | 0 | 3 | +2 | ||
Partido Humanista | 784 537 | 0,67% | 2 | 148 521 | 0,13% | 0 | 2 | +1 | ||
Juntos! | 3 661 299 | 3,14% | 8 | 909 316 | 0,78% | 2 | 10 | -8 | ||
Partido Renovador Cristão | 937 287 | 0,80% | 2 | 2 727 949 | 2,34% | 6 | 8 | -3 | ||
Livres | 1 830 649 | 1,57% | 4 | 457 005 | 0,39% | 1 | 5 | 0 | ||
Liga do Sete de Setembro | 1 372 987 | 1,18% | 3 | 452 311 | 0,39% | 1 | 4 | +1 | ||
Frente Cívica das Províncias | 1 095 663 | 0,94% | 2 | 1 007 247 | 0,86% | 2 | 4 | -1 | ||
Partido Autonomista Rio-Grandense | 965 016 | 0,83% | 2 | 469 055 | 0,40% | 1 | 3 | 0 | ||
Partido Democrático Paulista | 77 356 | 0,07% | 0 | 454 658 | 0,39% | 1 | 1 | -1 | ||
Frente Única da Guanabara | 28 821 | 0,02% | 0 | 55 132 | 0,04% | 0 | 0 | 0 | ||
Juntos pela Bahia | 24 470 | 0,02% | 0 | 28 402 | 0,02% | 0 | 0 | 0 | ||
Movimento da Unidade Indígena | 893 363 | 0,77% | 2 | 423 896 | 0,36% | 0 | 2 | Novo | ||
União Libertária | 461 927 | 0,39% | 1 | 423 727 | 0,36% | 0 | 1 | Novo | ||
Aliança Municipal Renovadora | 229 759 | 0,19% | 0 | 105 297 | 0,09% | 0 | 0 | -1 | ||
Partido Comunista – 4ª Internacional | 242 814 | 0,20% | 0 | 92 253 | 0,08% | 0 | 0 | 0 | ||
Partido Libertário Social | 109 246 | 0,09% | 0 | 49 482 | 0,04% | 0 | 0 | 0 | ||
Comitê de Anticorrupção | 59 384 | 0,05% | 0 | 39 217 | 0,03% | 0 | 0 | Novo | ||
União pela Família e Liberdade | 27 311 | 0,02% | 0 | 24 822 | 0,02% | 0 | 0 | Novo |
Análise e repercussão[]
Interna[]
Enquanto os dois partidos mais votados estiveram dentro da margem das pesquisas de intenções de voto, as estimativas subestimaram o aumento de cadeiras de partidos menores, além da ultrapassagem do Bloco Republicano, que desbancou o Partido Conservador nas eleições, e da Frente Nacionalista, que foi o partido que mais aumentou no parlamento. Geralmente, isso foi atribuído à retórica adotada por lideranças como Jorge Kajuru e Jair Bolsonaro que fizeram com que seus eleitores recusassem responder pesquisas eleitorais, vistas como parte do establishment.
Foram as eleições legislativas mais acirradas em vinte anos, inclusive batendo o recorde de votos. Parte do eleitorado pouco mudou para a Coligação Popular Democrática, que apesar de ter aumentado suas votações nas listas fechadas, viu boa parte migrando para o Bloco Republicano. Enquanto isso, os eleitores descontentes do Bloco Mudança e União migraram para outros partidos, em especial o Partido Conservador no interior do país, e a Frente Nacionalista em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Contudo, essa mudança já era também prevista já nas eleições federais de 2022, para senadores, representantes provinciais, presidentes, prefeitos e vereadores.
Nessas eleições, dois novos partidos elegeram seus representantes pela primeira vez para a Assembleia Geral: o Movimento de Unidade Indígena, liderado por Célia Xakriabá, criado em defesa dos povos indígenas, e a União Libertária, liderada por Adrilles Jorge, aderente do libertarismo e também considerado de extrema-direita. A Aliança Municipal Renovadora (AMR) perdeu seu único deputado, ficando sem representantes na Assembleia Geral pela primeira vez em dezessete anos.
Mesmo ainda durante a apuração, Jorge Kajuru, líder do Bloco Republicano, declarou ser oposição ao governo, assim logo após seguido pelo anúncio em conjunto da Frente Nacionalista e o Partido Renovador Cristão. Tanto a Coligação Popular Democrática e o Partido Conservador esperavam um convite formal do BMU para declararem sua posição na nova legislatura, o que aconteceu nas primeiras horas do dia 3 com a CPD. No dia seguinte, o líder Arthur Lira (PC) anunciou a intenção de seu partido formar oposição ao governo. Outros partidos que foram convidados para integrar a coalizão foram o Partido Verde e a Federação Democrática Solidária, que aceitaram; Juntos!, Livres, e a Frente Cívica de Províncias, que declinaram, mas afirmaram posição de independência, e o Movimento de Unidade Indígena, que declarou oposição. O Partido Comunista e a União Libertária também afirmaram oposição ao novo governo.
Externa[]
Notas[]
|