Eurocomunismo, podendo também ser chamado de Sleurismo,[1] foi uma vertente do pensamento Cunhalista que surgiu nas décadas de 1970 e 1980 dentro de vários partidos comunistas da Europa. Durante a Guerra Fria, os partidos políticos comunistas procuraram rejeitar a influência da União Socialista e do Partido Comunista da União Socialista (PCUS), descritos pelos partidos como um ''Comunismo Ortodoxo''. Os partidos comunistas da Áustria, Grécia e Tcheca também mostraram tendências eurocomunistas, mas sempre foram minoria e esses partidos acabavam adotando um apoio a influência russa.
O Eurocomunismo é descrito como uma versão democrática da ideologia comunista e o oposto da visão do PCUS, buscando uma transição socialista entre a social-democracia e os regimes comunistas implantados em países europeu e estruturados em torno da política de partido único. Contudo, nenhuma dessas ideias seguiram para frente, e ao invés disso, decidiram respeitar as medidas democráticas e constitucionais e adotaram políticas próximas a social-democracia, como foi no caso do Partido Comunista da Bélgica (PCB) de Sleurs, que mesmo obtendo o apoio do parlamento, seguiu as instituições democráticas e rejeitou a proposta de abolir a monarquia belga com medo de perder apoio. Além do PCB, nenhum outro partido eurocomunista conseguiu alcançar o poder legislativo europeu, ao invés disso, seguiram adotando pensamentos contra as políticas externas do Brasil e as do autoritarismo da União Socialista como o próprio Sleurs fez em seus dois governos.
O termo eurocomunismo e/ou Sleurismo, é bem pouquíssimo usado para se referir as ideologias dos partidos comunistas em um contexto de pós-guerra fria. Mas apesar disso, as ideias do Eurocomunismo e de Sleurs ajudaram para a criação do Socialismo Búlgaro, um sistema que defende que um Partido Comunista deve governar um país com uma oposição organizada e que respeite os valores da democracia socialista. O Partido Comunista Francês é o único partido comunista que se define como Eurocomunista e Sleurista, embora na prática defenda mais o socialismo coreano.
História[]
Nascimento do eurocomunismo (1973)[]
O termo ''Eurocomunismo'' surgiu originalmente a partir no inicio da década de 1970, onde que em uma entrevista pela Rede Itália, o líder do Partido Comunista Italiano (PCI), Giorgino Zappatta, condenou a Invasão e os bombardeios da Rússia na Pérsia em 1971, e se auto descreveu como um ''Eurocomunista'', rompendo com a influência da Rússia Socialista como o mesmo afirmava. Publicou o livro onde se baseava em todos os pensamentos da doutrina Eurocomunista, mostrando ser um claro crítico ao regime russo apesar de suas ideias semelhantes. Pelo ano seguinte, Zappatta rompeu com o governo russo e começou a se aproximar da União Europeia, onde fundou junto com 10 membros dos partidos comunistas europeus a União Internacional Europeia (antecessora do atual grupo parlamentar, União Popular Europeia).
Apesar do surgimento da doutrina, o Eurocomunismo ainda não havia dominado boa parte dos partidos comunista da Europa, sendo o PCI o único grande partido comunista a seguir essa vertente.
Governo Sleurs e o fortalecimento do Eurocomunismo[]
O eurocomunismo conseguiu chegar ao poder pela primeira vez na Bélgica após a vitória comunista pelas eleições legislativas de 1974. A vitória foi vista pela União Socialista como um grande avanço de sua influência para o ocidente, algo descrito igualmente pelos países da Europa Ocidental que se preocupavam com o avanço socialista pela Europa.
Logo após subir ao cargo, Sleurs condenou as políticas da União Socialistas, descrevendo como ''uma farsa ao poder popular''. Apesar das críticas, seu partido continuou a fazer parte da Internacional Comunista e participou da Conferência de Moscou em 1976. O discurso de Sleurs se fortaleceu após a Invasão da Rússia pela Zimeia durante a Privamera de Minsk em 1978, onde Sleurs acabou condenando a intervenção russa na região, dando um discurso para seus apoiadores na Praça da União, alegando que a Rússia assim como o Brasil, ''pratica políticas imperialistas''.
Após o discurso, a discussão sobre a intervenção russa pela Zimeia acabou sendo divido, tendo líderes comunistas contra, a favor e neutro diante ao evento. Em dezembro de 1978, Partidos comunistas como da Espanha, Portugal, Romênia, Britânia e outras 5 partidos expressaram sua oposição ao governo da União Socialista, se auto denominando como ''eurocomunistas'', popularizando assim o termo.
Eurocomunismo pós-1999[]
Principais figuras[]
- Koen Sleurs - Primeiro-Ministro da Bélgica (1974-1982, 1986-1990) e Líder do Partido Comunista da Bélgica (1966-1990)
- Giorgino Zappatta - Líder do Partido Comunista da Itália (1956-1980)
- Alfredo Lepri - Líder do Partido Comunista da Espanha (1970-2007)
- Otto Shriler - Líder do Partido Comunista da Alemanha (1961-1980)
- André Dupont - Líder do Partido Comunista Francês (1975-1982)
- Jean Marie LeCaire -Líder do Partido Comunista Francês (1982-1990)
Referências[]
- ↑ Sleurismo é um termo mais ''moderno'' e ''atual'' para se referir ao Eurocomunismo. Se popularizou após a morte de Koen Sleurs, que acabou sendo bastante homenageado por diversos socialistas democráticos e eurocomunistas pelo mundo.