Sem resumo de edição Etiqueta: Editor visual |
m (Massacote.01 moveu Família Imperial Brasileira para Família Imperial Brasileira (Brasil Império)) |
||
(Há 40 revisões intermédias de 2 utilizadores que não estão a ser apresentadas) | |||
Linha 1: | Linha 1: | ||
+ | A Família Imperial é o grupo próximo de parentes do monarca brasileiro, que governa o Império juntamente com o parlamento. |
||
− | [[Ficheiro:Armas_da_Casa_de_Bragança.png|thumb|300px|Brasão da Casa de Bragança]]A '''família imperial brasileira''' é o nome dado a família que governa o Império do Brasil, juntamente com o parlamento. Composta por parentes próximos do monarca do Brasil. Os membros da família imperial pertencem, por nascimento ou casamento, à [[Sereníssima Casa de Bragança|Casa de Bragança]] , desde 1822, quando da fundação do Império, D. Pedro I assinou o Tratado de Renúncia, no qual o mais novo monarca renunciava aos direitos do Trono Português e constituiria uma nova casa real brasileira, por via dum ramo colateral aos "''Braganças''" de Portugal. Através desse, nascia o Ramo de ''Habsurgo-Bragança'', fortalecido com o nascimento do futuro imperador D. Pedro II. Além de marcar o nascimento de uma nova casa real, o tratado obrigou o imperador a reconhecer todos os seus filhos, tenham eles nascidos antes ou depois do acordo, eram membros desse ramo imperial, e portanto, seriam príncipes brasileiros e não portugueses. Um fato importante na história dessa casa, foi a ascensão de D. Maria II ao trono português, que segundo o tratado era uma princesa brasileira e membra do Ramo de ''Habsburgo-Bragança''. Dessa forma, passando a governar a ex-metrópole, esse ramo tornou-se a única Casa de Bragança, unificando o reino e o império sob uma dinastia. |
||
− | Em 1864, o casamento da princesa imperial, Isabel de Bragança com o príncipe da França, Luís Alberto Napoleão, segundo filho do imperador Napoleão III, não alteraria em nada a forma da casa reinante, já que o marido da herdeira do trono imperial, diferentemente da esposa, não herdaria o trono francês. Porém, com a morte do irmão, Napoleão Eugênio, Luís tornou-se o herdeiro do Império Frances, fazendo de seus filhos Príncipes Soberanos da França, ou seja, seriam herdeiros do trono da França. Estes ficaram marcados como os ''Bonaparte-Bragança''. O novo Bragança, só passou a ser usado novamente a partir de D. Helena, a única dos três filhos a renunciar aos direitos do pai. |
||
+ | Os membros da família imperial pertencem, por nascimento ou casamento, à Casa de Bragança, após a independência política do Brasil realizada pelo então príncipe-regente do Brasil D. Pedro de Alcântara, futuro D. Pedro I & IV, membro e futuro chefe da família Bragança, soberana do Reino de Portugal, e por via de um ramo colateral, do Império do Brasil. Com a ascensão de D. Maria II ao trono português, que mesmo tendo nascido antes da independência, era de jure uma princesa brasileira, e membra do ramo brasileiro da Casa de Bragança. Após seu casamento com o príncipe Augusto de Beauharnais, seus descendentes foram formalmente batizados como Bragança e Beauharnais, embora a casa real de Portugal continuasse chamada de Bragança. |
||
− | Embora não exista uma definição estritamente legal ou formal no império para quem é ou não um membro da família imperial, geralmente é usado o termo Sua Majestade Imperial (SMI) ou Sua Alteza (SA) para tratar os membros da família, o que geralmente resulta na aplicação do termo para os monarcas, os filhos do monarca, os netos dos monarcas, as viúvas e para todos os ancestrais dos atuais ou antigos monarcas. |
||
+ | Diferentemente de Portugal, o casamento de D. Isabel com o príncipe D. Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, alterou oficialmente o nome da casa reinante de Bragança, para Saxe-Coburgo-Bragança, após o nascimento de D. Pedro Augusto e a ascensão de D. Isabel I ao trono, tendo sido reestabelecido como ramo dinástico com o início da Segunda Guerra Mundial. É o ramo dinástico do qual descende o atual imperador D. Augusto II. |
||
+ | No Brasil, diferente de outras monarquias do mundo, distinguir membros da família imperial é relativamente fácil, devido um conjunto de definições formais amparadas por lei. Tradicionalmente, os membros da Família Imperial Brasileira são divididos em dois grupos: o dos Membros Primários, que reúne a família principal formada pelo monarca, seu consorte e filhos, seus irmãos junto de seus cônjuges e filhos, e a imperatriz-mãe; e a dos Membros Colaterais, formada pelos tios do monarca, seus cônjuges e filhos, viúvas de monarcas anteriores, e monarcas vivos que tenham abdicado do trono. |
||
Membros e parentes da família imperial brasileira historicamente representam o monarca em vários lugares através do Império Brasileiro, algumas vezes por períodos estendidos como vice-reis e regentes ou em cerimônias e eventos específicos. Atualmente, eles apresentam-se em cerimônias ou eventos sociais em todo o Brasil e no exterior, porém não possuem um papel constitucional nos assuntos do governo. |
Membros e parentes da família imperial brasileira historicamente representam o monarca em vários lugares através do Império Brasileiro, algumas vezes por períodos estendidos como vice-reis e regentes ou em cerimônias e eventos específicos. Atualmente, eles apresentam-se em cerimônias ou eventos sociais em todo o Brasil e no exterior, porém não possuem um papel constitucional nos assuntos do governo. |
||
+ | |||
+ | == Função pública == |
||
+ | A família imperial brasileira apoia o imperador D. Augusto II em seus deveres estatais e nacionais. A cada ano, a família realiza mais de 2.000 compromissos oficiais em todo o Império e em todo o mundo. Os compromissos incluem funerais de estado, festividades nacionais, festas no jardim, recepções e visitas às Forças Armadas, visitas informais aos hospitais públicos e a instituições culturais, educacionais, e científicas. |
||
+ | |||
+ | Membros e parentes da família imperial representaram historicamente o monarca em vários lugares do Império Brasileiro, às vezes por longos períodos como vice-reis ou para cerimônias ou eventos específicos. Hoje, eles costumam realizar tarefas cerimoniais e sociais por todo o Império, e no exterior em nome da Coroa. Além do imperador, seu único papel constitucional nos assuntos de governo é servir, se elegível e quando nomeado por cartas patentes, como um Conselheiro de Estado, dois ou mais dos quais exercem a autoridade da Coroa se o monarca está indisposto ou no exterior. Historicamente, em províncias não-continentais a realeza não serve como Conselheira de Estado, embora possa desempenhar funções cerimoniais e sociais em nome da Coroa e dos governos individuais, e em casos mais peculiares atuando até mesmo na governança direta em nome do imperador, como no caso do príncipe D. Luis Filipe, que serviu durante o Terceiro e Quarto Reinados como regente da Angola, em nome da mãe do irmão. Seu sucessor, D. João continuou a servir como príncipe-regente na Angola em nome do primo, D. Pedro III, até a queda da monarquia no país em 1962. |
||
+ | |||
+ | Membros da família imperial fundam e administram suas próprias instituições de caridade individuais e independentes da Coroa. O príncipe D. Joãozinho, como é popularmente chamado, criou a Fundação Vida, que presta assistência e auxílio as famílias com membros portadores da Síndrome de Down, tendo como madrinha sua própria filha, a princesa D. Gabriela, que também é portadora da síndrome. A duquesa de Black, por sua vez, fundou o Cityzien Institute, que ampara crianças e jovens moradores das periferias do Rio de Janeiro, São Luís e Salvador, em situação de carência ou abandono. A instituição possui braços afiliados em outras cidades da África e da América Latina. |
||
+ | |||
+ | == Ramos dinásticos == |
||
+ | |||
+ | === Saxe-Coburgo-Bragança === |
||
+ | Com o casamento de D. Isabel do Brasil com o príncipe Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, em 1864, a Casa Imperial associou-se à família de Saxe-Coburgo-Gota, um ramo familiar associado as mais distintas casas reais e ducais da Europa, como a Casa Real da Bélgica e da Grã-Bretanha, posteriormente. Iniciou-se, assim, um novo ramo dinástico, denominado Saxe-Coburgo-Bragança, que passou a reinar com a ascensão de D. Isabel I ao trono, que através de uma Carta Patente, renomeando oficialmente a Casa Imperial. |
||
+ | |||
+ | Dos quatro filhos do casal, três geraram descendência e, hoje, esse ramo da família conta com mais de trinta membros, sendo o ramo dinástico o qual pertence o atual imperador. Muitos foram os que renunciaram para si e seus descendentes os seus direitos na sucessão ao trono imperial, como D. Pedro Augusto, Príncipe do Grão-Pará, que renunciou para se casar com a condessa Elizabeth de Dobrenicz, passando o direito de herdeiro para o irmão D. Augusto. |
||
+ | |||
+ | O terceiro filho do casal, D. Luis Filipe, posteriormente nomeado Príncipe da Angola, foi o primeiro príncipe de uma monarquia ocidental a contrair matrimônio com uma princesa africana, D. Antônia de N'dongo, como parte da política de apaziguamento e manutenção do império na África após a Conferência de Berlim. Seus descendentes continuaram a residir e representar a Coroa na Angola, e até mesmo seu primogênito, D. João, foi feito rei do N'dongo, uma das nações independentes sobre domínio brasileiro, levando oficialmente a Casa de Bragança para a África. |
||
+ | |||
+ | === Orléans e Bragança === |
||
+ | Outro ramo da família imperial teve início com a união entre a princesa Leopoldina e Luís Gastão de Orléans, em 1864. Como a princesa Isabel demorava a gerar um herdeiro ao trono brasileiro, os dois primeiros filhos de D. Leopoldina, Pedro Antônio e Luís, foram inseridos na linha de sucessão brasileira, tendo-se o cuidado de serem dados à luz em solo nacional. Esses príncipes foram preteridos na ordem sucessória, após o nascimento dos filhos de D. Isabel. |
||
+ | |||
+ | Tendo assegurado a sucessão do trono, foi permitido ao casal Orléans residir fora do país, tendo residido durante 12 anos no Castelo D'Eu, na França, tendo sido comprado pelo príncipe de seu avô, o rei Luis Filipe da França. Em D'Eu, os príncipes tiveram mais dois filhos, Cecília de Orléans e Bragança, e Francisco Afonso, Príncipe de Orléans. Com a queda de Luis Filipe, D. Luis Gastão e D. Leopoldina liquidaram parte de seus pertences e fugiram para a Inglaterra, partindo de volta para o Brasil em 1876, a bordo da fragata Independência. |
||
+ | |||
+ | No Brasil, os Orléans e Bragança renunciaram as condições de príncipes, e construiram um império mercantil a partir da herança de D. Luís Gastão. Cecília casou-se com o príncipe José do Uruguai, tendo gerado três filhos, inclusive a imperatriz D. Teresa Cristina. Pedro Antônio morreu sem deixar descendência em 1909. Luís, por sua vez, gerou oito filhos. Sua sexta filha, Carolina, manteve a nacionalidade brasileira e perpetuou o ramo Orléans e Bragança, que hoje é chefiada por seu filho Luís Carlos. A precedência deste ramo na linha sucessória ao trono brasileiro é, contudo, contestada. |
||
+ | |||
+ | == Títulos == |
||
+ | Segundo a Constituição Imperial, os seguintes títulos são reconhecidos a membros da família imperial brasileira: |
||
+ | * '''Imperador e Imperatriz''': recebe o tratamento oficial de ''Sua Majestade Imperial'' (S.M.I); |
||
+ | * '''Príncipe Imperial''': reservado ao herdeiro do trono brasileiro, recebe o tratamento formal de ''Sua Alteza Serenissíma'' (S.A.S); |
||
+ | * '''Príncipe do Grão-Pará''': reservado ao primogênito do herdeiro do trono, até a ascensão deste ao trono imperial. Recebe o tratamento formal de ''Sua Alteza Imperial'' (S.A.I); |
||
+ | * '''Príncipe Consorte''': criado por D. Isabel I por meio de Carta Patente em 1892, a ser utilizado pelo esposo D. Augusto, e posteriormente pelo príncipe D. Jorge, marido de D. Isabel II. Usufrui do tratamento de ''Sua Alteza Imperial'' (S.A.I); |
||
+ | * '''Príncipe da Angola''': criado por D. Isabel I em favor do filho mais novo D. Luís Filipe, nomeado príncipe-regente da Angola após a elevação do país a condição de reino em 1898. Foi posteriormente transmitido ao seu filho, D. João, Príncipe da Angola, sendo abolido com a queda da monarquia no país em 1962. Costumava receber o tratamento formal de ''Sua Alteza Real'' (S.A.R); |
||
+ | * '''Príncipe do Brasil''': reservado aos demais príncipes da Casa Imperial. Filhos não primogênitos de um monarca, e seus netos primários, recebem o tratamento de ''Sua Alteza'' (S.A), enquanto os filhos e netos dos príncipes recebem o tratamento de ''Sua Graça'' (S.G); |
||
+ | * '''Duque de Goiás:''' criado por D. Pedro I em favor de sua filha reconhecida Maria Isabel de Alcântara Brasileira. Foi recriado posteriormente por outros monarcas, sendo atualmente detido por D. Eduardo Orani. Recebe o tratamento formal de ''Sua Alteza'' (S.A); |
||
+ | * '''Duque de Santa Cruz:''' criado por D. Pedro I em favor de seu cunhado D. Augusto de Beauharnais. Com sua morte o titulo retornou a Coroa, sendo recriado posteriormente em favor dos príncipes da Casa Imperial, sendo atualmente detido por D. Henrique. Recebe o tratamento formal de ''Sua Alteza'' (S.A); |
||
+ | * '''Duque do Maranhão''': criado por D. Pedro I em favor de sua filha D. Paula Mariana, sendo utilizado pela princesa até a data de seu casamento com o Príncipe de Joinville. Foi recriado mais duas vezes posteriormente, sendo atualmente detido pelo príncipe D. João Carlos. Recebe o tratamento de ''Sua Alteza'' (S.A); |
||
+ | * '''Duque de São Paulo''': foi criado pelo imperador D. Pedro II em favor de sua irmã, D. Maria Amélia, que foi reconhecida como princesa do Brasil em 1843. É atualmente detido pelo príncipe D. Carlos, que recebe oficialmente o tratamento de ''Sua Alteza'' (S.A); |
||
+ | * '''Duque do Ceará''': concedido por D. Pedro II ao genro D. Luís Gastão, através de Carta Patente de 1870. Atualmente é detido pelo príncipe D. Rafael, estilizado oficialmente como ''Sua Alteza'' (S.A); |
||
+ | * '''Marquês de São Luís''': título criado por D. GuiIherme em favor de seu sobrinho, D. Eduardo de Bragança, através de Carta Patente de 1995. Recebe o tratamento de ''Sua Alteza ''(S.A), porém sem poder transmitir aos seus herdeiros; |
||
+ | * '''Conde de Lamoral''': título criado pela imperatriz D. Isabel II em favor do primo D. Carlos de Orléans e Bragança, Príncipe de Orléans, através de carta patente; |
||
+ | * '''Condessa de Parnaíba''': criado por D. GuiIherme em favor de sua sobrinha, D. Vitória de Bragança, através de Carta Patente do Conselho de Estado de 2002. Recebe o tratamento formal de ''Sua Alteza ''(S.A), porém sem poder transmitir o direito aos seus herdeiros. |
||
+ | |||
==Membros== |
==Membros== |
||
<p style="font-size:14px;">No Brasil, diferente da maioria das outras monarquias, distinguir quem é membro da família imperial é relativamente fácil, devido a um conjunto de definições legais e formais acerca do assunto</p> |
<p style="font-size:14px;">No Brasil, diferente da maioria das outras monarquias, distinguir quem é membro da família imperial é relativamente fácil, devido a um conjunto de definições legais e formais acerca do assunto</p> |
||
− | <p style="font-size:14px;"> |
+ | <p style="font-size:14px;">O ramo governante da Família Imperial Brasileira é dividida entre '''Membros Primários e''' '''Membros Colaterais'''.</p> |
<p style="font-size:14px;">Os membros primários são:</p> |
<p style="font-size:14px;">Os membros primários são:</p> |
||
+ | *monarca ('''Imperador ou Imperatriz''') |
||
+ | *consorte ('''Imperatriz ou Príncipe Consorte''') |
||
− | *monarca |
||
− | *consorte |
||
*filhos do monarca, seus conjuges e filhos |
*filhos do monarca, seus conjuges e filhos |
||
− | *irmãos do monarca, |
+ | *irmãos do monarca, seus conjuges e filhos |
⚫ | *imperatriz-mãe<p style="font-size:14px;">Dentro da família principal, o Monarca e seu Consorte transportam o estilo de Sua Majestade Imperial ou Sua Majestade Sereníssima (SMS), e a Imperatriz-Mãe o estilo Sua Majestade Fidelíssima (SMF). O resto dos membros, titulados Príncipe/Princesa do Brasil transportam o estilo Sua Alteza (SAI). No caso do herdeiro aparente (Príncipe Imperial), transportam o estilo Sua Alteza Sereníssima (SAS), enquanto o herdeiro do Príncipe Imperial, titulado Príncipe do Grão-Pará, transporta o estilo Sua Alteza Imperial.</p> |
||
− | *imperatriz-mãe |
||
− | |||
⚫ | <p style="font-size:14px;">Dentro da família principal, o Monarca e seu Consorte transportam o estilo de Sua Majestade Imperial ou Sua Majestade Sereníssima (SMS), e a Imperatriz-Mãe o estilo Sua Majestade Fidelíssima (SMF). O resto dos membros, titulados |
||
<p style="font-size:14px;">Os membros colaterais são:</p> |
<p style="font-size:14px;">Os membros colaterais são:</p> |
||
− | |||
*tios e tias do monarca (irmãos do monarca anterior) |
*tios e tias do monarca (irmãos do monarca anterior) |
||
*primos do monarca, conjuges e filhos |
*primos do monarca, conjuges e filhos |
||
*consortes de monarcas anteriores |
*consortes de monarcas anteriores |
||
− | * |
+ | *monarcas vivos que abdicaram |
<p style="font-size:14px;"><span style="font-size:14px;">Dentro do ramo colateral, o Grão/Grã-Prior transportam o estilo SAP ou Sua Alteza Prior. Os tios, tias e primos do monarca, sendo Príncipes/Princesas do Brasil, carregam o estilo Sua Alteza se descendentes de um monarca até a terceira geração.</span></p> |
<p style="font-size:14px;"><span style="font-size:14px;">Dentro do ramo colateral, o Grão/Grã-Prior transportam o estilo SAP ou Sua Alteza Prior. Os tios, tias e primos do monarca, sendo Príncipes/Princesas do Brasil, carregam o estilo Sua Alteza se descendentes de um monarca até a terceira geração.</span></p> |
||
− | + | Em 2020, os membros da família imperial são: |
|
+ | |||
+ | '''negrito (nascidos nobres)'''; ''ítalico (não nobres)''; |
||
+ | |||
⚫ | |||
⚫ | |||
⚫ | |||
+ | * '''D. Carlota e Felipe da Espanha, Príncipes das Astúrias '''(irmã e cunhado do monarca); |
||
+ | ** '''Leonor, Infanta da Espanha '''(sobrinha do imperador); |
||
+ | ** '''Sofia, Infanta da Espanha '''(sobrinha do monarca); |
||
+ | * '''D. Carlos '''e ''Sophie Charlotte Wolf''''', duques de São Paulo '''(irmão e cunhada do imperador); |
||
+ | * '''D. Rafael e D. Maria Ana de Bourbon-Parma, duques do Ceará '''(irmão e cunhada do monarca); |
||
⚫ | |||
+ | * '''D. Teresa Cristina, a imperatriz-mãe'''; |
||
+ | |||
⚫ | |||
+ | *'''D. Carlos Alberto e''' ''Fernanda Miguita''''', Condes de Ipiranga''' (primo do monarca); |
||
+ | **'''D. Maximiliano Francisco do Brasil''' |
||
+ | *'''D. Eduardo, duque de Goiás '''(tio do monarca); |
||
+ | **'''D. Gabriela Eugênia e Frederico, Príncipes de Merode '''(prima do monarca e seu esposo); |
||
+ | ***'''Eduardo de Merode'''; |
||
+ | ***'''Eugênia de Merode'''; |
||
⚫ | |||
+ | **'''Heitor e Charlotte Wellesley, Príncipes Herdeiros de Ligne''' (primo do monarca); |
||
+ | **'''Alice e Guillaume, condes de Dampierre''' (prima do monarca e seu esposo); |
||
+ | ***'''Olympia de Dampierre;''' |
||
+ | ***'''Guy de Dampierre;''' |
||
+ | *'''D. João Carlos e D. Charlotte, duques do Maranhão '''(tios do monarca); |
||
+ | **'''D. Eduardo, Conde de São Luís '''(primo do monarca); |
||
⚫ | |||
+ | |||
+ | <br /> |
||
+ | |||
+ | *'''Salvador Francisco e Ana de Cabinda, Príncipes do Brasil''' (filho de D. Ana da Angola); |
||
+ | **'''Salvador Francisco de Bragança e Songo, Príncipe de Cabinda''' (filho de Salvador Francisco);<br /> |
||
+ | |||
+ | ''Ramo de Orleães e Bragança '' |
||
+ | |||
+ | *'''D. Carlos e D. Maria Cecília, Príncipes de Orleães e Bragança'''; |
||
+ | **'''D. Afonso Carlos e Claire Chrisholm, Príncipes de Orleães e Bragança;''' |
||
+ | ***'''D. Roberto e Francisca, Príncipes de Orleães e Bragança;''' |
||
+ | ***'''D. Maria Antonieta, Princesa de Orleães e Bragança;''' |
||
+ | **'''D. José Rodolpho e Carolina von Götzen-Iturbide, Príncipes de Orleães e Bragança;''' |
||
+ | ***'''D. Francisco de Orleães e Bragança, Príncipe de Orleães e Bragança;''' |
||
+ | **'''D. Maria Aparecida e''' ''Andrea Matarazzo''; |
||
+ | ***'''Helena de Orleães e Bragança e José Fernando, Príncipes Herdeiros do Uruguai;''' |
||
+ | *'''D. Alice, Duquesa-viúva de Parma''' |
||
+ | **'''Carlos Xavier, Duque de Parma ''' |
||
+ | **'''Jaime, Conde de Bardi''' |
||
+ | * '''D. Henriqueta e''' ''Miguel do Rio Branco''''',''' barões do Rio Branco; |
||
+ | ** '''Henrique do Rio Branco''' |
||
+ | |||
+ | <br /> |
||
+ | == Heráldica == |
||
+ | |||
+ | == Propriedades == |
||
+ | |||
+ | |||
+ | [[Ficheiro:São_Cristóvão.jpg|thumb|280px|centre]] |
||
+ | <p style="text-align:center;">O Palácio Imperial de São Cristóvão, localizado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, foi a residencia oficial dos imperadores até o Segundo Reinado. Atualmente é a sede do Museu Nacional do Rio de Janeiro.</p> |
||
+ | |||
+ | [[Ficheiro:Guanabara.jpg|thumb|280px|centre]] |
||
+ | |||
+ | <p style="text-align:center;">O Palácio da Guanabara foi a residência particular da princesa Isabel e sua família no Rio de Janeiro. Com ascensão da princesa ao trono, o palácio passou a ser a residência oficial do monarca, permanecendo até os dias atuais.</p> |
||
+ | |||
+ | [[Ficheiro:Santa_Cruz.jpg|thumb|280px|centre]] |
||
+ | |||
+ | <p style="text-align:center;">A Fazenda Imperial de Santa Cruz é uma das residências de verão da Família Imperial no Rio de Janeiro. É uma propriedade particular do monarca.</p> |
||
+ | |||
+ | [[Ficheiro:Petropolis.jpg|thumb|280px|centre]] |
||
+ | |||
+ | <p style="text-align:center;">O Palácio Imperial de Petrópolis é a residência de verão da Família Imperial em Petrópolis. Tal como a Fazenda de Santa Cruz, é uma propriedade particular do monarca.</p> |
||
+ | [[Ficheiro:Ipiranga.jpg|thumb|280px|centre]] |
||
+ | <p style="text-align:center;">O Palácio do Ipiranga é a residência de verão da Família Imperial em São Paulo. É o maior palácio dentre as propriedades utilizadas pelo monarca.</p> |
||
+ | [[Ficheiro:Dsc02205.jpg|thumb|280px|centre]] |
||
− | ('''Negrito''': membro nascido-real; Normal: membro não-nascido real) |
||
− | |
||
⚫ | |||
− | *'''SMIS D. Anne, Imperatriz do Brasil (consorte do monarca)''' |
||
+ | <p style="text-align:center;">O Palácio do Grão-Pará foi a residência particular da princesa Isabel e sua família em Petrópolis durante o Segundo Reinado. Com a sua morte em 1921, o palácio foi deixado ao primogênito D. Pedro de Alcântara, Príncipe do Grão-Pará, onde ainda residem seus descendentes até os dias atuais.</p> |
||
⚫ | |||
− | *'''SAI D. Elisa, Princesa do Brasil e Duquesa de Miramar (irmã do monarca)''' |
||
− | *'''SAR D. Felipo, Príncipe das Astúrias e Duque de Miramar (cunhado do monarca)''' |
||
− | *'''SAI D. Carlos, Príncipe do Brasil e Duque de Blumenstadth (irmão do monarca)''' |
||
− | *'''SAI D. Páris, Príncipe do Brasil e Duque de Veraluna (irmão do monarca)''' |
||
− | *SA D. Isabella, Duquesa de Veraluna (cunhada do monarca) |
||
⚫ | |||
− | *SMF D. Cristina, a Imperatriz-Mãe (mãe do monarca) |
||
⚫ | |||
− | *'''SAP D. Eudes, 2º Grão-Prior do Brasil (tio do monarca)''' |
||
⚫ | |||
⚫ | |||
− | *VG D. Tobias, o Honorável 5º Duque de Alber (esposo de Mariana) |
||
+ | [[Ficheiro:Leopoldina.jpg|thumb|280px|centre]] |
||
⚫ | |||
− | *'''SA D. José Carlos, Príncipe do Brasil (tio do monarca)''' |
||
− | *'''SAR D. Charlotte de Kent (esposa de José Carlos)''' |
||
− | *'''SAI D. Carlos Alberto Napoleão, 3º Príncipe de Bonaparte-Bragança (primo longínquo do monarca)''' |
||
+ | <p style="text-align:center;">O Paço Leopoldina foi a residência particular que a princesa Leopoldina e seu esposo, D. Luís Gastão, adquiriram em São Paulo após a queda da monarquia na França e seu retorno ao Brasil. Atualmente serve como residência privada dos seus descendentes.</p> |
||
− | <h2 style="line-height:inherit;"><gallery navigation="true"> |
||
− | 71af7376f07c831a29075a2556613d46--royal-families-uniform.jpg|S.M.I.S. D. Marco, O Imperador|link=kingofbrazil |
||
− | FFN_Hellqvist_PhilipWed_GTRES_061315_51771684-510x743.jpg|S.M.I.S D. Anne, A Imperatriz|link=royalfamilyofBrazil |
||
− | 2017-04-19-2.jpg|S.A.S. D. Luís Augusto, Príncipe Imperial|link=kingofbrazil |
||
− | Crown_Princess_Victoria_June_8,_2013_(cropped).jpg|S.A.I. D. Elisa|link=princessofBraziroyal |
||
− | felipe_de_borbc3b3n_en_ecuador1.jpg|S.A.R D. Felipo, Príncipe das Astúrias|link=casarealespañola |
||
− | 2028124-principe-harry-contou-que-aos-28-anos-pr-237x237-2.jpg|S.A.I. D. Carlos|link=royalfamilyofBrazil |
||
− | e12aa1c001615f6db62f920d4be878c9--air-france-lux.jpg|S.A.I. D. Páris|link=royalfamilyofBrazil |
||
− | Princess_Annabella.jpg|S.A. D. Isabella|link=princessofBrazil |
||
− | 2016-04-19-JNS-PB40-2.jpg|S.A.I. D. Henrique|link=royalmilyodBrazil |
||
− | Carlota.jpg|S.M.F D. Cristina, A Imperatriz-Mãe|link=majestymother |
||
− | 220px-Prince_Bertrand_of_Orléans-Braganza_in_Poland_crop.JPG|S.A. D. Bertrand|link=royalfamilyofBrazil |
||
− | Princess_Mariana.jpg|S.A. D. Mariana|link=royalfamilyofBrazil |
||
− | images (4).jpeg|V.G D. Tobias |
||
− | 12th_Duke_of_Grafton_Allan_Warren.JPG|S.A D. Heitor |
||
− | 20.jpg|S.A. D. José Carlos|link=royalbrazilian |
||
− | Princess_Ana_Julia.jpg|S.A.R D. Charlotte|link=royalbrazilian |
||
− | images (3).jpeg|S.A.I. D. Carlos Alberto Napoleão |
||
− | </gallery>Ligações Externas</h2> |
||
[[Categoria:Brasil Império]] |
[[Categoria:Brasil Império]] |
Edição atual desde as 19h17min de 18 de fevereiro de 2021
A Família Imperial é o grupo próximo de parentes do monarca brasileiro, que governa o Império juntamente com o parlamento.
Os membros da família imperial pertencem, por nascimento ou casamento, à Casa de Bragança, após a independência política do Brasil realizada pelo então príncipe-regente do Brasil D. Pedro de Alcântara, futuro D. Pedro I & IV, membro e futuro chefe da família Bragança, soberana do Reino de Portugal, e por via de um ramo colateral, do Império do Brasil. Com a ascensão de D. Maria II ao trono português, que mesmo tendo nascido antes da independência, era de jure uma princesa brasileira, e membra do ramo brasileiro da Casa de Bragança. Após seu casamento com o príncipe Augusto de Beauharnais, seus descendentes foram formalmente batizados como Bragança e Beauharnais, embora a casa real de Portugal continuasse chamada de Bragança. Diferentemente de Portugal, o casamento de D. Isabel com o príncipe D. Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, alterou oficialmente o nome da casa reinante de Bragança, para Saxe-Coburgo-Bragança, após o nascimento de D. Pedro Augusto e a ascensão de D. Isabel I ao trono, tendo sido reestabelecido como ramo dinástico com o início da Segunda Guerra Mundial. É o ramo dinástico do qual descende o atual imperador D. Augusto II.
No Brasil, diferente de outras monarquias do mundo, distinguir membros da família imperial é relativamente fácil, devido um conjunto de definições formais amparadas por lei. Tradicionalmente, os membros da Família Imperial Brasileira são divididos em dois grupos: o dos Membros Primários, que reúne a família principal formada pelo monarca, seu consorte e filhos, seus irmãos junto de seus cônjuges e filhos, e a imperatriz-mãe; e a dos Membros Colaterais, formada pelos tios do monarca, seus cônjuges e filhos, viúvas de monarcas anteriores, e monarcas vivos que tenham abdicado do trono. Membros e parentes da família imperial brasileira historicamente representam o monarca em vários lugares através do Império Brasileiro, algumas vezes por períodos estendidos como vice-reis e regentes ou em cerimônias e eventos específicos. Atualmente, eles apresentam-se em cerimônias ou eventos sociais em todo o Brasil e no exterior, porém não possuem um papel constitucional nos assuntos do governo.
Função pública
A família imperial brasileira apoia o imperador D. Augusto II em seus deveres estatais e nacionais. A cada ano, a família realiza mais de 2.000 compromissos oficiais em todo o Império e em todo o mundo. Os compromissos incluem funerais de estado, festividades nacionais, festas no jardim, recepções e visitas às Forças Armadas, visitas informais aos hospitais públicos e a instituições culturais, educacionais, e científicas.
Membros e parentes da família imperial representaram historicamente o monarca em vários lugares do Império Brasileiro, às vezes por longos períodos como vice-reis ou para cerimônias ou eventos específicos. Hoje, eles costumam realizar tarefas cerimoniais e sociais por todo o Império, e no exterior em nome da Coroa. Além do imperador, seu único papel constitucional nos assuntos de governo é servir, se elegível e quando nomeado por cartas patentes, como um Conselheiro de Estado, dois ou mais dos quais exercem a autoridade da Coroa se o monarca está indisposto ou no exterior. Historicamente, em províncias não-continentais a realeza não serve como Conselheira de Estado, embora possa desempenhar funções cerimoniais e sociais em nome da Coroa e dos governos individuais, e em casos mais peculiares atuando até mesmo na governança direta em nome do imperador, como no caso do príncipe D. Luis Filipe, que serviu durante o Terceiro e Quarto Reinados como regente da Angola, em nome da mãe do irmão. Seu sucessor, D. João continuou a servir como príncipe-regente na Angola em nome do primo, D. Pedro III, até a queda da monarquia no país em 1962.
Membros da família imperial fundam e administram suas próprias instituições de caridade individuais e independentes da Coroa. O príncipe D. Joãozinho, como é popularmente chamado, criou a Fundação Vida, que presta assistência e auxílio as famílias com membros portadores da Síndrome de Down, tendo como madrinha sua própria filha, a princesa D. Gabriela, que também é portadora da síndrome. A duquesa de Black, por sua vez, fundou o Cityzien Institute, que ampara crianças e jovens moradores das periferias do Rio de Janeiro, São Luís e Salvador, em situação de carência ou abandono. A instituição possui braços afiliados em outras cidades da África e da América Latina.
Ramos dinásticos
Saxe-Coburgo-Bragança
Com o casamento de D. Isabel do Brasil com o príncipe Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, em 1864, a Casa Imperial associou-se à família de Saxe-Coburgo-Gota, um ramo familiar associado as mais distintas casas reais e ducais da Europa, como a Casa Real da Bélgica e da Grã-Bretanha, posteriormente. Iniciou-se, assim, um novo ramo dinástico, denominado Saxe-Coburgo-Bragança, que passou a reinar com a ascensão de D. Isabel I ao trono, que através de uma Carta Patente, renomeando oficialmente a Casa Imperial.
Dos quatro filhos do casal, três geraram descendência e, hoje, esse ramo da família conta com mais de trinta membros, sendo o ramo dinástico o qual pertence o atual imperador. Muitos foram os que renunciaram para si e seus descendentes os seus direitos na sucessão ao trono imperial, como D. Pedro Augusto, Príncipe do Grão-Pará, que renunciou para se casar com a condessa Elizabeth de Dobrenicz, passando o direito de herdeiro para o irmão D. Augusto.
O terceiro filho do casal, D. Luis Filipe, posteriormente nomeado Príncipe da Angola, foi o primeiro príncipe de uma monarquia ocidental a contrair matrimônio com uma princesa africana, D. Antônia de N'dongo, como parte da política de apaziguamento e manutenção do império na África após a Conferência de Berlim. Seus descendentes continuaram a residir e representar a Coroa na Angola, e até mesmo seu primogênito, D. João, foi feito rei do N'dongo, uma das nações independentes sobre domínio brasileiro, levando oficialmente a Casa de Bragança para a África.
Orléans e Bragança
Outro ramo da família imperial teve início com a união entre a princesa Leopoldina e Luís Gastão de Orléans, em 1864. Como a princesa Isabel demorava a gerar um herdeiro ao trono brasileiro, os dois primeiros filhos de D. Leopoldina, Pedro Antônio e Luís, foram inseridos na linha de sucessão brasileira, tendo-se o cuidado de serem dados à luz em solo nacional. Esses príncipes foram preteridos na ordem sucessória, após o nascimento dos filhos de D. Isabel.
Tendo assegurado a sucessão do trono, foi permitido ao casal Orléans residir fora do país, tendo residido durante 12 anos no Castelo D'Eu, na França, tendo sido comprado pelo príncipe de seu avô, o rei Luis Filipe da França. Em D'Eu, os príncipes tiveram mais dois filhos, Cecília de Orléans e Bragança, e Francisco Afonso, Príncipe de Orléans. Com a queda de Luis Filipe, D. Luis Gastão e D. Leopoldina liquidaram parte de seus pertences e fugiram para a Inglaterra, partindo de volta para o Brasil em 1876, a bordo da fragata Independência.
No Brasil, os Orléans e Bragança renunciaram as condições de príncipes, e construiram um império mercantil a partir da herança de D. Luís Gastão. Cecília casou-se com o príncipe José do Uruguai, tendo gerado três filhos, inclusive a imperatriz D. Teresa Cristina. Pedro Antônio morreu sem deixar descendência em 1909. Luís, por sua vez, gerou oito filhos. Sua sexta filha, Carolina, manteve a nacionalidade brasileira e perpetuou o ramo Orléans e Bragança, que hoje é chefiada por seu filho Luís Carlos. A precedência deste ramo na linha sucessória ao trono brasileiro é, contudo, contestada.
Títulos
Segundo a Constituição Imperial, os seguintes títulos são reconhecidos a membros da família imperial brasileira:
- Imperador e Imperatriz: recebe o tratamento oficial de Sua Majestade Imperial (S.M.I);
- Príncipe Imperial: reservado ao herdeiro do trono brasileiro, recebe o tratamento formal de Sua Alteza Serenissíma (S.A.S);
- Príncipe do Grão-Pará: reservado ao primogênito do herdeiro do trono, até a ascensão deste ao trono imperial. Recebe o tratamento formal de Sua Alteza Imperial (S.A.I);
- Príncipe Consorte: criado por D. Isabel I por meio de Carta Patente em 1892, a ser utilizado pelo esposo D. Augusto, e posteriormente pelo príncipe D. Jorge, marido de D. Isabel II. Usufrui do tratamento de Sua Alteza Imperial (S.A.I);
- Príncipe da Angola: criado por D. Isabel I em favor do filho mais novo D. Luís Filipe, nomeado príncipe-regente da Angola após a elevação do país a condição de reino em 1898. Foi posteriormente transmitido ao seu filho, D. João, Príncipe da Angola, sendo abolido com a queda da monarquia no país em 1962. Costumava receber o tratamento formal de Sua Alteza Real (S.A.R);
- Príncipe do Brasil: reservado aos demais príncipes da Casa Imperial. Filhos não primogênitos de um monarca, e seus netos primários, recebem o tratamento de Sua Alteza (S.A), enquanto os filhos e netos dos príncipes recebem o tratamento de Sua Graça (S.G);
- Duque de Goiás: criado por D. Pedro I em favor de sua filha reconhecida Maria Isabel de Alcântara Brasileira. Foi recriado posteriormente por outros monarcas, sendo atualmente detido por D. Eduardo Orani. Recebe o tratamento formal de Sua Alteza (S.A);
- Duque de Santa Cruz: criado por D. Pedro I em favor de seu cunhado D. Augusto de Beauharnais. Com sua morte o titulo retornou a Coroa, sendo recriado posteriormente em favor dos príncipes da Casa Imperial, sendo atualmente detido por D. Henrique. Recebe o tratamento formal de Sua Alteza (S.A);
- Duque do Maranhão: criado por D. Pedro I em favor de sua filha D. Paula Mariana, sendo utilizado pela princesa até a data de seu casamento com o Príncipe de Joinville. Foi recriado mais duas vezes posteriormente, sendo atualmente detido pelo príncipe D. João Carlos. Recebe o tratamento de Sua Alteza (S.A);
- Duque de São Paulo: foi criado pelo imperador D. Pedro II em favor de sua irmã, D. Maria Amélia, que foi reconhecida como princesa do Brasil em 1843. É atualmente detido pelo príncipe D. Carlos, que recebe oficialmente o tratamento de Sua Alteza (S.A);
- Duque do Ceará: concedido por D. Pedro II ao genro D. Luís Gastão, através de Carta Patente de 1870. Atualmente é detido pelo príncipe D. Rafael, estilizado oficialmente como Sua Alteza (S.A);
- Marquês de São Luís: título criado por D. GuiIherme em favor de seu sobrinho, D. Eduardo de Bragança, através de Carta Patente de 1995. Recebe o tratamento de Sua Alteza (S.A), porém sem poder transmitir aos seus herdeiros;
- Conde de Lamoral: título criado pela imperatriz D. Isabel II em favor do primo D. Carlos de Orléans e Bragança, Príncipe de Orléans, através de carta patente;
- Condessa de Parnaíba: criado por D. GuiIherme em favor de sua sobrinha, D. Vitória de Bragança, através de Carta Patente do Conselho de Estado de 2002. Recebe o tratamento formal de Sua Alteza (S.A), porém sem poder transmitir o direito aos seus herdeiros.
Membros
No Brasil, diferente da maioria das outras monarquias, distinguir quem é membro da família imperial é relativamente fácil, devido a um conjunto de definições legais e formais acerca do assunto
O ramo governante da Família Imperial Brasileira é dividida entre Membros Primários e Membros Colaterais.
Os membros primários são:
- monarca (Imperador ou Imperatriz)
- consorte (Imperatriz ou Príncipe Consorte)
- filhos do monarca, seus conjuges e filhos
- irmãos do monarca, seus conjuges e filhos
- imperatriz-mãe
Dentro da família principal, o Monarca e seu Consorte transportam o estilo de Sua Majestade Imperial ou Sua Majestade Sereníssima (SMS), e a Imperatriz-Mãe o estilo Sua Majestade Fidelíssima (SMF). O resto dos membros, titulados Príncipe/Princesa do Brasil transportam o estilo Sua Alteza (SAI). No caso do herdeiro aparente (Príncipe Imperial), transportam o estilo Sua Alteza Sereníssima (SAS), enquanto o herdeiro do Príncipe Imperial, titulado Príncipe do Grão-Pará, transporta o estilo Sua Alteza Imperial.
Os membros colaterais são:
- tios e tias do monarca (irmãos do monarca anterior)
- primos do monarca, conjuges e filhos
- consortes de monarcas anteriores
- monarcas vivos que abdicaram
Dentro do ramo colateral, o Grão/Grã-Prior transportam o estilo SAP ou Sua Alteza Prior. Os tios, tias e primos do monarca, sendo Príncipes/Princesas do Brasil, carregam o estilo Sua Alteza se descendentes de um monarca até a terceira geração.
Em 2020, os membros da família imperial são:
negrito (nascidos nobres); ítalico (não nobres);
- D. Augusto II e D. Ana, imperadores do Brasil;
- D. Pedro Guilherme, Príncipe Imperial (filho do monarca);
- D. Luís Antônio, Príncipe do Brasil (filho do monarca);
- D. Carlota e Felipe da Espanha, Príncipes das Astúrias (irmã e cunhado do monarca);
- Leonor, Infanta da Espanha (sobrinha do imperador);
- Sofia, Infanta da Espanha (sobrinha do monarca);
- D. Carlos e Sophie Charlotte Wolf, duques de São Paulo (irmão e cunhada do imperador);
- D. Rafael e D. Maria Ana de Bourbon-Parma, duques do Ceará (irmão e cunhada do monarca);
- D. Henrique, duque de Santa Cruz (irmão do monarca);
- D. Teresa Cristina, a imperatriz-mãe;
Membros Colaterais
- D. Carlos Alberto e Fernanda Miguita, Condes de Ipiranga (primo do monarca);
- D. Maximiliano Francisco do Brasil
- D. Eduardo, duque de Goiás (tio do monarca);
- D. Gabriela Eugênia e Frederico, Príncipes de Merode (prima do monarca e seu esposo);
- Eduardo de Merode;
- Eugênia de Merode;
- D. Gabriela Eugênia e Frederico, Príncipes de Merode (prima do monarca e seu esposo);
- D. Mariana Francisca e Miguel, Príncipes de Ligne (tios do monarca);
- Heitor e Charlotte Wellesley, Príncipes Herdeiros de Ligne (primo do monarca);
- Alice e Guillaume, condes de Dampierre (prima do monarca e seu esposo);
- Olympia de Dampierre;
- Guy de Dampierre;
- D. João Carlos e D. Charlotte, duques do Maranhão (tios do monarca);
- D. Eduardo, Conde de São Luís (primo do monarca);
- D. Vitória do Brasil (prima do monarca);
- Salvador Francisco e Ana de Cabinda, Príncipes do Brasil (filho de D. Ana da Angola);
- Salvador Francisco de Bragança e Songo, Príncipe de Cabinda (filho de Salvador Francisco);
- Salvador Francisco de Bragança e Songo, Príncipe de Cabinda (filho de Salvador Francisco);
Ramo de Orleães e Bragança
- D. Carlos e D. Maria Cecília, Príncipes de Orleães e Bragança;
- D. Afonso Carlos e Claire Chrisholm, Príncipes de Orleães e Bragança;
- D. Roberto e Francisca, Príncipes de Orleães e Bragança;
- D. Maria Antonieta, Princesa de Orleães e Bragança;
- D. José Rodolpho e Carolina von Götzen-Iturbide, Príncipes de Orleães e Bragança;
- D. Francisco de Orleães e Bragança, Príncipe de Orleães e Bragança;
- D. Maria Aparecida e Andrea Matarazzo;
- Helena de Orleães e Bragança e José Fernando, Príncipes Herdeiros do Uruguai;
- D. Afonso Carlos e Claire Chrisholm, Príncipes de Orleães e Bragança;
- D. Alice, Duquesa-viúva de Parma
- Carlos Xavier, Duque de Parma
- Jaime, Conde de Bardi
- D. Henriqueta e Miguel do Rio Branco, barões do Rio Branco;
- Henrique do Rio Branco
Heráldica
Propriedades
O Palácio Imperial de São Cristóvão, localizado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, foi a residencia oficial dos imperadores até o Segundo Reinado. Atualmente é a sede do Museu Nacional do Rio de Janeiro.
O Palácio da Guanabara foi a residência particular da princesa Isabel e sua família no Rio de Janeiro. Com ascensão da princesa ao trono, o palácio passou a ser a residência oficial do monarca, permanecendo até os dias atuais.
A Fazenda Imperial de Santa Cruz é uma das residências de verão da Família Imperial no Rio de Janeiro. É uma propriedade particular do monarca.
O Palácio Imperial de Petrópolis é a residência de verão da Família Imperial em Petrópolis. Tal como a Fazenda de Santa Cruz, é uma propriedade particular do monarca.
O Palácio do Ipiranga é a residência de verão da Família Imperial em São Paulo. É o maior palácio dentre as propriedades utilizadas pelo monarca.
O Palácio do Grão-Pará foi a residência particular da princesa Isabel e sua família em Petrópolis durante o Segundo Reinado. Com a sua morte em 1921, o palácio foi deixado ao primogênito D. Pedro de Alcântara, Príncipe do Grão-Pará, onde ainda residem seus descendentes até os dias atuais.
O Paço Leopoldina foi a residência particular que a princesa Leopoldina e seu esposo, D. Luís Gastão, adquiriram em São Paulo após a queda da monarquia na França e seu retorno ao Brasil. Atualmente serve como residência privada dos seus descendentes.