| República do Pantanal Pantanal Linha do tempo: A-651
NLT equivalente: Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Ángel Sandóval e Germán Busch | ||||||
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| Lema: "Impios non peribimus" (Os ímpios não nos destruirão) |
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| Hino: Hino Nacional Pantaneiro |
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| Capital (e cidade mais populosa) | Corumbá | |||||
| Línguas oficiais | Português | |||||
| Gentílico | pantaneiro(a) | |||||
| Governo | República unitária | |||||
| - | Presidente | Luís Henrique | ||||
| - | Vice-presidente | João Almeida | ||||
| - | Câmara alta | Senado Nacional | ||||
| - | Câmara baixa | Câmara dos Deputados | ||||
| Estabelecimento | ||||||
| - | Independência | 8 de maio de 1829 - do Império do Brasil |
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| - | Golpe militar | 9 de março de 1897 | ||||
| - | Redemocratização | 12 de junho de 1910 | ||||
| - | Constituição atual | 15 de outubro de 1910 | ||||
| - | Golpe militar (Condor) | 8 de janeiro de 1967 | ||||
| - | Redemocratização | 15 de novembro de 1985 | ||||
| - | Constituição atual | 19 de janeiro de 1986 | ||||
| Área | ||||||
| - | Total | 1 551 271 km2 598 949 sq mi |
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| População | ||||||
| - | (estimativa) | 13 830 327 hab | ||||
| IDH | 0,716 | |||||
| Moeda | Tuiuiú (T₩) | |||||
| Time zone | (UTC-4:00) | |||||
| Cód. Internet | .pp | |||||
| Cód. Telefônico | +59 | |||||
Pantanal, oficialmente República do Pantanal é um país encravado localizado no centro da América do Sul. Sua população é de aproximadamente 13 milhões de habitantes divididos em 21 estados. Faz fronteira com o Grão-Pará ao norte, com Gurupi e Minas Gerais ao leste, Paraguai ao sul, Bolívia ao oeste, São Paulo ao sudoeste, e com Araucânia ao sudeste. É um dos sete países que falam a língua portuguesa no continente sul-americano. O Pantanal também é casa do bioma de nome homônimo, que é a maior planície alagável do mundo, abrigando 151.000 km² dos 195.000 km²
Antes da chegada europeia, o território pantaneiro era habitado por uma variedade de tribos indígenas, entre eles, os guaranis e os guaicurus, que compunham a maior parte. O Pantanal foi dado como explorado devido os rumores da descoberta de ouro na região, 25 anos depois da chegada de Pedro Álvares Cabral à costa nordestina do continente, não demorou muito tempo para não só os espanhóis, mas também os portugueses, povoarem essa área não muito conhecida para a exploração de riquezas e bens materiais.
Entre os anos de 1821 e 1829, o nome oficial do Pantanal era Província de Mato Grosso, nome que abandonou logo após a sua independência, o estado era uma província do Império do Brasil, que inspirado pela Guerra da Cisplatina, resolveu declarar independência, travando um conflito armado entre os guerrilheiros (que viriam formar a estrutura da atual Força Terrestre do Pantanal tempos mais tarde) e o Império do Brasil. Devido a familiaridade dos guerrilheiros com a extensa região, bem como o estratégico comando do Marechal José de Oliveira, o Mato Grosso conseguiu se sobressair. A República Federativa do Pantanal foi declarada no dia 8 de maio de 1829, logo após o fim da Guerra de Independência. Ao todo, a Primeira República Pantaneira compreendeu 18 chefes de estado e governo, todos seguindo integralmente o seu mandato (com exceção de José Antônio Machado, que foi deposto pela ditadura militar) sem reeleições. No dia 9 de março de 1897, o General Mário Valeixo lidera uma tropa de militares insatisfeitos com o governo e toma o poder à força. Com o fim da ditadura de Valeixo em 1910, o Pantanal entrou na sua Terceira República, compreendendo 15 presidentes, com um fim similar a Primeira República, a Terceira teve seu fim, novamente, devido a intervenção militar, desta vez, financiados pelos Estados Unidos da América, que temendo uma possível expansão do comunismo pelo continente sul-americano, financiaram generais a comandarem golpes de estado. Conhecido como República do Condor, o período foi integralmente condenado pelo General Vicente Manzano. Com o fim da ditadura, assumiu a presidência, Alexandre Barreto, líder do movimento que lutou pela volta da democracia no país e também presidente da Assembleia Constituinte responsável por promulgar a Constituição de 86, iniciando o primeiro governo civil no país depois de anos. Barreto se candidatou as primeiras eleições presidenciais e venceu com 60,4% do voto popular. O Pantanal, hoje, é um país focado economicamente principalmente na indústria do agro e na exportação de metais preciosos. É também membro fundador da Aliança dos Estados Brasílicos (AEB).
Etimologia[]
O nome Pantanal tem origem na palavra portuguesa "pântano", que se refere a áreas alagáveis, caracterizadas por solos úmidos e vegetação adaptada a ciclos de cheia e seca. O termo deriva do latim pantanum, que significa "brejo" ou "charco", e foi incorporado ao português para descrever terrenos de baixa altitude sujeitos a inundações sazonais.
Historicamente, a palavra "pantanal" passou a designar extensas planícies alagáveis, sendo utilizada em registros cartográficos e descrições geográficas para identificar regiões onde a presença da água desempenha um papel central na configuração da paisagem. Seu uso consolidou-se ao longo dos séculos, tornando-se sinônimo de terras férteis e ecossistemas ricos em biodiversidade.
No contexto nacional, a escolha do nome Pantanal está diretamente ligada às características naturais do território, refletindo sua geografia marcada por rios, áreas alagáveis e ecossistemas interligados. A denominação reforça a identidade do país ao destacar seus aspectos hidrográficos e sua relação com a natureza.
História[]
Período pré-colonial[]
Arte rupestre exposta no Parque Nacional Templo dos Pilares, em Alcinópolis, Alto Taquari
A ocupação humana no Pantanal se iniciou por volta de 10.000 A.C, os primeiros habitantes eram compostos por povos indígenas, especificamente, os povos bororós, parecis, paiaguás, caiapós, guaicurus, guaranis, terenas, caiuás e xavantes. Posteriormente, os povos da etnia ofaiés também haviam se estabelecido no território, embora em escala não muito expressiva como os supramencionados, estes também chegaram antes dos colonos.
Colonização europeia[]
Mapa do século XVIII
O primeiro europeu a desbravar a área que viria a constituir o Pantanal foi o português Aleixo Garcia, náufrago da esquadra de Juan Díaz de Solís. Em 1525, ele atravessou a mesopotâmia formada pelos rios Paraná e Paraguai e, à frente de uma expedição que chegou a contar com 2 000 homens, avançou até a Bolívia. De volta, com grande quantidade de prata e cobre, Garcia foi morto por índios paiaguás. Sebastião Caboto também penetrou na região em 1526 e subiu o Paraguai até alcançar o domínio dos guaranis, com os quais travou relações de amizade e de quem recebeu, como presente, peças de metais preciosos.
Os relatos sobre as riquezas do interior do continente sul-americano acenderam as ambições de portugueses e espanhóis. Os primeiros, a partir de São Paulo, lançaram-se em audaciosas incursões, nas quais prepararam índios e alargaram as fronteiras do Brasil. As bandeiras paulistas chocaram-se com tropas espanholas do cabildo de Assunção e com resistência das missões jesuíticas.
A chegada dos europeus, principalmente dos portugueses a região, impactou fortemente as culturas e tradições índigenas do Pantanal, a exploração de ouro e minerais preciosos, além das construção de estradas e ferrovias, fez com que os índigenas se revoltassem contra os colonos, diversos conflitos foram travados e em sua grande maioria vencidos pelos portugueses, os povos que ali habitavam a muito tempo eram obrigados a abandonar suas terras ancestrais.
Pelo Tratado de Tordesilhas (de 7 de junho de 1494), o território do atual Pantanal pertencia à Espanha. Os jesuítas, a serviço dos espanhóis, criaram os primeiros núcleos, de onde foram expulsos pelos bandeirantes paulistas em 1680. Em 1718, a descoberta do ouro acelerou o povoamento.
Capitania de Mato Grosso[]
Ruínas da Igreja Matriz de Vila Bela. A cidade fronteiriça foi planejada pra ser a capital do Mato Grosso, o que acabou não acontecendo
Em 8 de maio de 1748, a coroa portuguesa cria a Capitania de Mato Grosso, desmembrando-se do território da Capitania de São Paulo. Com a capital em Cuiabá, o território se tornou a segunda maior subdivisão do Estado/Reino do Brasil em área territorial, sendo superada somente pelo Grão-Pará.
Período brasileiro[]
Bandeira da Província de Mato Grosso (1821-1829)
Província de Mato Grosso[]
Em 1821, poucos meses antes da independência do Brasil, a capitania foi elevada a categoria de província, dando espaço a Província de Mato Grosso, este que seria seu último nome como subdivisão portuguesa/brasileira, até 1829.
Conspiração do Guaicurus[]
Ver artigo principal: Conspiração do Guaicurus
José Francisco de Oliveira foi o idealizador da Conspiração e líder da guerrilha que levou o Pantanal a independência
A Conspiração do Guaicurus foi um evento que se deu pouco tempo depois do início da Guerra da Cisplatina. Se tratava de uma conspiração que alegava o desinteresse do governo imperial brasileiro em manter o Mato Grosso sob sua tutela e que por isso estava sendo cogitada a venda do território para a recém-proclamada Bolívia. A conspiração ganhou ainda mais força depois que a alta cúpula do governo provincial percebeu uma queda no recebimento de verbas por parte da coroa em 1826. O General José de Oliveira foi o principal difusor dessa conspiração, e como o mesmo fazia parte da elite provincial, suas falas logo foram tomadas como verdade, quando na realidade, não há nenhum tipo de evidência que sustente isso.
Oliveira aproveitou o momento de pânico que também foi refletido na sociedade matogrossense pra dar início a Campanha da Independência, que se tratava do recrutamento de civis para treinar-los para uma guerra contra o Império, o recrutamento foi um sucesso e Oliveira enfatizou o treinamento de Guerra no ambiente pantanoso, buscando obter maior vantagem em relação as forças do Exército Imperial. Com duração de nove meses (setembro de 1825 - junho de 1826), o CI agregou 75 mil voluntários.
Guerra de Independência e Primeira República[]
Ver artigo principal: Guerra de Independência do Pantanal, Primeira República Pantaneira
Bandeira da Campanha da Independência, que mais tarde viria a ser usada como bandeira da Força Terrestre do Pantanal
A declaração de Guerra pelo CI foi dada no dia 29 de agosto de 1828, um dia depois do fim da Guerra da Cisplatina, a intenção dos comandantes pantaneiros era de se aproveitar do atual estado do Exército Imperial e o despreparo que a coroa teria com mais uma guerra subsequente. Após nove meses de conflito, em maio de 1829, as duas partes assinaram um tratado de paz que concedia aos guerrilheiros a sua própria nação independente, proclamando assim, no dia 8 de maio, a República Federativa do Pantanal, qua daria início ao período da história pantaneira também conhecido como Primeira República.
Durante os primeiros anos como país independente, o Pantanal buscou relações diplomáticas com países vizinhos, a começar pelo Paraguai. em novembro de 1829, foi formada uma comitiva de representantes do governo pantaneiro que buscava firmar relações com Assunção, o que acabou não dando certo devido as políticas isolacionistas do então presidente, Rodríguez de Francia. A fim de não tornar a comitiva obsoleta, a mesma foi aproveitada e enviada em uma missão diplomática a Bolívia, fazendo deste o primeiro país a reconhcer o Pantanal como nação independente. Consequentemente, outros países viriam a formar laços também, tais como a Argentina (1831), Peru (1833), Colômbia (1836) e Venezuela (1837),
Em 1841, seguindo reduções no orçamento das Forças Armadas, militares tentam dar um golpe de estado e derrubar o governo de Manuel Araújo, o que acaba sendo rapidamente reprimido e levando a execução de generais e almirantes pró-golpe. Subsequentemente, houve ainda mais cortes nos investimentos dessas instituições, além de exílios, prisões e mortes aos envolvidos diretamente. Por muitos anos acreditou-se que o sucateamento do poderio militar pantaneiro houvesse sido financiado por potências estrangeiras, tais como a Inglaterra, sobre as mesmas desculpas que viriam a ser utilizadas em outro boato 20 anos depois, de que a coroa inglesa temia uma expansão e desenvolvimento precoce dos países sul-americanos. O consenso entre os acadêmicos é de que o Pantanal não se via mais em necessidade de se armar intensamente, devido a sua boa diplomacia com os países da região, muitos militares foram realocados para outras aéreas, os de alta patente foram nomeados ministros e secretários de governo, enquanto os de patente baixa foram mandados a fábricas e a trabalhos rurais.
Com o estourar da Guerra do Paraguai em 1864, percebeu-se o grave erro cometido pelos governos anteriores. O primeiro ataque dos paraguaios foi justamente em direção a Corumbá, após o cerco em cidades menores, as tropas de Solano López lograram dominar a capital sem muitos problemas. Corumbá permaneceu sobre controle paraguaio por mais de três anos, a cidade só foi recuperada em junho de 1867, liberada pelas forças comandadas pelo marechal Antônio Maria Coelho. No fim, o Pantanal acabou vencendo a guerra ao lado da Argentina, do Brasil, e do Uruguai em 1870. o Paraguai perdeu suas disputas terrioriais com os envolvidos, e teve de lidar com dívidas que só terminariam de ser pagas em 2013.
A crise pós-guerra agravou as relações entre o governo federal e as forças armadas, com coronéis e generais insatisfeitos e novamente revoltosos, é dado início ao planejamento de um novo golpe de estado que não repita os mesmos erros da Rebelião de 1841, assim, no dia 9 de março de 1897, José Machado é deposto do cargo de presidente a força, após as tropas comandadas por Mário Valeixo invadirem o Palácio Guaicurus.
