Presidente do Conselho de Ministros do Brasil | |
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Estilo |
O Muito Honorável Sua Excelência (diplomático) Senhor Primeiro-ministro (informal) |
Residência |
Palácio do Catete Rio de Janeiro, Município Neutro, Brasil |
Designado por |
Afonso II como Imperador do Brasil |
Duração | Indeterminado |
Formação | 20 de julho de 1847 |
Primeiro titular | Manuel Alves Branco |
Outros nomes | Primeiro-ministro do Brasil |
Salário | R$ 300.000,00 |
O Presidente do Conselho de Ministros, ou simplesmente Primeiro-ministro, é o chefe de governo do Império do Brasil e encabeça o Governo de Sua Majestade, exercendo junto com os membros de seu Gabinete, o Poder Executivo na esfera nacional da política brasileira, cabendo a ele a responsabilidade das políticas e ações do governo. Criado pela Lei Regencial de 1838, o cargo foi oficialmente instituído apenas sete anos depois, no ano do vigésimo aniversário do imperador, após a realização de uma eleição no Parlamento em caráter de Assembleia-geral, do qual saiu vitorioso Manuel Alves Branco, o 2º visconde de Caravelas, sendo o primeiro postulante a ocupar o cargo. A época de sua criação, as funções destinadas ao Primeiro-ministro possuía um caráter pouco administrativo dentro do governo em relação aos tempos atuais, sendo utilizado dentro dos gabinete como um fiscalizador das ações do imperador, que era quem governava de fato. O processo de evolução do modelo parlamentarista brasileiro, durou quase todo o Segundo Reinado, sendo o marco inicial de transição definitiva do modelo parlamentarista o início do Terceiro Reinado. A partir de então, o cargo ganhou as definições e características atuais. Até 1880, o primeiro-ministro poderia ser escolhido entre os membros do Senado, desde que seu governo pudesse formar maioria no Magistério, onde seriam votadas as leis e tomadas as decisões principais. No entanto, as vésperas da chegada de um novo século, e o ressurgimento de ideias liberais, apagadas desde a metade do século, convencionou-se entre as classe política nacional que o primeiro-ministro deveria sentar-se sempre entre os pares da câmara baixa, o Magistério, seguindo o princípio da representatividade política, contida na mesma Constituição desde sua outorga em 1824.
Os status e os poderes executivos dos primeiro-ministro brasileiro representam a importância política do titular, sendo classificado constantemente como um dos líderes mais poderosos do mundo.
História[]
Antecedentes[]
De acordo com Constituição, durante o Primeiro Reinado, cabia ao Imperador, então D. Pedro I, no exercício de seu direito do Poder Moderador, nomear todos os membros de seu gabinete e, se desejasse, o segundo escalão do governo. Sob essa norma se manteve o Brasil durante todo o seu governo, até 1831, quando abdicou sob fortes pressões populares que o afligia desde a outorga da Constituição de 1824, pedindo abertura política e a descentralização do poder imperial.
Durante os anos de 1831 a 1836, o Brasil esteve entregues nas mãos de regentes, que fizeram irrisórias mudanças do que se vira no Primeiro Reinado. Mergulhado em crises internas, o poder Regencial de Feijó perdeu prestigio entre as fileiras mais distintas da sociedade fluminense, que exigiam a restauração do poder imperial. Como solução o Parlamento entregou a regência a princesa D. Januária, irmã mais velha de D. Pedro II, a época com 15 anos, e sob a tutoria de José Bonifácio, como desejava o ex-imperador D. Pedro I.
A regência de D. Januária, mesmo que não tenha sido totalmente governada por ela, surtiu positivo efeito no cenário politico nacional após as reformas constitucionais promovidas por Bonifácio, nomeado Ministro-chefe do Império. Com os Bonifácios no poder, como eram chamados os partidários do ministro, e sob as bênçãos de Sua Alteza, o Brasil solidificou fortemente seu modelo politico. Bonifácio revogou todos os atos de Feijó, que concedia total autonomia as províncias, permitindo-lhes apenas a organização de suas Assembleias Legislativas e forças policias. Minou totalmente a influência da nobreza tupiniquim quando extinguiu em caráter definitivo o Senado vitalício, instituindo eleições para os cargos, e subordinando o comando da recém-criada Guarda Nacional a autoridade do Exército. Medidas econômicas e sociais também foram tomadas, inclusive atendendo as reivindicações dos rebelados no sul, norte e nordeste do país. A abolição era o ponto mais ácido daquela época, que Bonifácio tratava com a maior naturalidade. Dando exemplo, todos os negros empregados e serviçais dos palácios imperiais e do governo foram libertos e empregados. O fato é que Bonifácio promoveu mudanças para preparar o Brasil para uma abolição iminente, sabendo do desejo do ministro, os escravistas conservadores logo buscaram a única forma de tirar uma princesa da regência. Dando a coroa ao imperador.
Criação[]
O Golpe da Maioridade findou a regência reformista, e deu início ao Segundo Reinado, coroando o Imperador-menino aos 14 anos de idade. Porém sabendo de sua iminente derrocada, Bonifácio tratou de fazer aprovar seu projeto final, que criava o Parlamentarismo no Brasil, em setembro de 1840, através deste decreto:
"Cria um Presidente do Conselho de Ministros
Tomando em consideração a conveniência de dar ao Gabinete do Império uma organização mais adaptada as condições do sistema representativo; hei por bem criar um Presidente do Conselho de Ministros; cumprindo ao dito Conselho organizar seu regulamento, que será submetido a autoridade da Câmara do Magistério e a imperial aprovação de Sua Majestade, o imperador D. Pedro de Alcântara em sua menoridade. José Bonifácio de Andrada e Silva, Ministro-chefe do Império e Governo, o tenha assim entendido e faça executar.
Palácio do Rio de Janeiro, em 20 de julho de 1838, 17º da Independência e do Império. D Januária, Princesa-Regente do Brasil"
O Decreto havia sido engavetado durante 2 anos, pelo presidente do Magistério, a época Dep. Antônio Limões Campos, sendo reaberto por influência da Princesa-regente somente em agosto de 1840, para ser votado em caráter de urgência no mês seguinte. Em 20 de setembro do mesmo ano, o Magistério, de maioria liberal, apreciou o projeto e votou-o em um dia, entregando-lhe para apreciação do Senado. Em 24 de setembro de 1840, o Senado aprovou a carta, adicionando apenas mais um artigo;
" Art.9- O primeiro Honorável Presidente do Conselho de Ministros, deverá ser eleito indiretamente pelo Parlamento brasileiro reunido em Assembléia-Geral, na ocasião do 20º aniversário do Imperador. A partir do próximo Gabinete, seu líder será nomeado pelo imperador, dentre o cabeça da maioria na Câmara do Senado.
Câmara do Senado brasileiro, em 24 de setembro de 1840, 18º da Independência e do Império. Presidência do Senado, Sr. Saturnino Luís de Melo Braga"
Em agosto de 1840, após o aniversário de 20 anos do imperador, eleições indiretas foram realizadas pela presidência do Conselho de Ministros, tendo como seu primeiro titular, Manuel Alves Branco, o 2º visconde de Caravelas.
O cargo[]
Lista de Presidentes do Conselho de Ministros[]
Primeiro-ministro | Início do mandato | Fim de mandato | Partido | Monarca | |
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Manuel Alves Branco Visconde de Caravelas |
20 de julho de 1842 | 8 de março de 1845 | Liberal | D. Pedro II | |
José Carlos Pereira de Almeida Torres Visconde de Macaé |
8 de março de 1845 | 31 de outubro de 1846 | Liberal | ||
Pedro de Araújo e Lima Marquês de Olinda |
1 de novembro de 1846 | 31 de outubro de 1850 | Conservador | ||
Eusébio de Queiroz | 1 de novembro de 1850 | 28 de setembro de 1856 | Conservador | ||
Luís Alves de Lima e Silva Marquês de Caxias |
28 de setembro de 1856 | 31 de outubro de 1858 | Conservador | ||
Clementino de Paula Souza e Pena | 1 de novembro de 1858 | 15 de maio de 1860 | Liberal | ||
Francisco José Furtado | 15 de maio de 1860 | 31 de outubro de 1862 | Liberal | ||
Pedro de Araújo e Lima Marquês de Olinda |
1 de novembro de 1862 | 25 de julho de 1866 | Progressista | ||
Honório Hermeto Carneiro Leão Marquês do Paraná |
25 de julho de 1866 | 31 de março de 1870 | Conservador | ||
José Maria da Silva Paranhos Visconde do Rio Branco |
31 de março de 1870 | 24 de agosto de 1874 | Conservador | ||
Antônio Paulino Limpo de Abreu Visconde de Abaeté |
26 de agosto de 1874 | 9 de setembro de 1876 | Conservador | ||
Francisco José Furtado | 9 de setembro de 1876 | 31 de outubro de 1878 | Liberal | ||
Joaquim José Rodrigues Torres Visconde de Itaboraí |
1 de novembro de 1878 | 31 de outubro de 1882 | Conservador | ||
José Maria Gonçalves de Athaíde Barão de Azeredo |
1 de novembro de 1882 | 15 de setembro de 1885 | Liberal | ||
João Lustosa da Cunha Paranaguá Marquês de Paranaguá |
15 de setembro de 1885 | 31 de outubro de 1886 | Liberal | ||
Portella de Sá Barbosa Barão de Cari |
1 de novembro de 1886 | 18 de maio de 1892 | Conservador | ||
D. Afonso I | |||||
Afonso Pena | 18 de maio de 1892 | 17 de abril de 1896 | Conservador | D. Isabel I | |
Cardoso de Moraes | 17 de abril de1896 | 31 outubro de 1898 | Liberal | D. Isabel I | |
Portella de Sá Barbosa Barão de Cari |
1 de novembro de 1898 | 15 de fevereiro de 1902 | Conservador | D. Isabel I | |
José Maria da Silva Paranhos Jr Barão do Rio Branco |
15 de fevereiro de 1902 | 31 de outubro de 1902 | Conservador | D. Isabel I | |
Venceslau Brás | 1 de novembro de 1902 | 31 de março de 1906 | Liberal | D. Isabel I | |
Apolo Mayer | 31 de março de 1906 | 31 de outubro de 1908 | Liberal | D. Isabel I | |
Nilo Peçanha | 1 de novembro de 1908 | 22 de julho de 1910 | Conservador | D. Isabel I | |
Romeu Soares Filho | 22 de julho de 1910 | 18 de outubro de 1911 | Conservador | D. Isabel I | |
José da Porciúna | 18 de outubro de 1911 | 31 de outubro de 1912 | Conservador | D. Isabel I | |
Campos Sales | 1 de novembro de 1912 | 26 de novembro de 1920 | Liberal | D. Isabel I | |
Flores da Cunha | 27 de novembro de 1920 | 31 de outubro de 1924 | Liberal |
D. Isabel I D. Augusto I | |
Rodrigues de Melo | 1 de novembro de 1924 | 11 de junho de 1927 | Conservador | D. Augusto I | |
Estácio de Albuquerque | 11 de junho de 1927 | 31 de outubro de 1928 | Conservador | D. Augusto I | |
Getúlio Vargas | 1 de novembro de 1928 | 12 de abril de 1931 | Trabalhista | D. Augusto I | |
Osvaldo Aranha | 12 de abril de 1931 | 31 de outubro de 1932 | Trabalhista | D. Pedro III | |
Vitoriano Cardoso de Moraes | 1 de novembro de 1932 | 2 de agosto de 1935 | Liberal | D. Pedro III | |
Gustavo Capanema | 2 de agosto de 1935 | 31 de outubro de 1936 | Liberal | D. Pedro III | |
Tancredo Neves | 1 de novembro de 1936 | 14 de setembro de 1938 | Democrático | D. Pedro III | |
Vitoriano Cardoso de Moraes | 14 de setembro de 1938 | 31 de outubro de 1940 | Liberal | D. Pedro III | |
Getúlio Vargas | 1 de novembro de 1940 | 31 de outubro de 1948 | Trabalhista |
D. Pedro III D. Isabel II | |
Maurício de Medeiros | 1 de novembro de 1948 | 24 de agosto de 1951 | Conservador | D. Isabel II | |
Armando Câmara | 24 de agosto de 1951 | 31 de outubro de 1952 | Democrático | D. Isabel II | |
Álvaro de Moura | 1 de novembro de 1952 | 16 de setembro de 1954 | Democrático | D. Isabel II | |
Getúlio Vargas | 21 de setembro de 1954 | 24 de agosto de 1955 | Trabalhista | D. Isabel II | |
Café Filho | 24 de agosto de 1955 | 2 de novembro de 1956 | Trabalhista | D. Isabel II | |
Nereu Ramos | 2 de novembro de 1956 | 31 de outubro de 1960 | Trabalhista | D. Isabel II | |
Juscelino Kubistchek | 1 de novembro de 1960 | 31 de outubro de 1968 | Democrático | D. Isabel II | |
Tancredo Neves | 1 de novembro de 1968 | 31 de outubro de 1972 | Democrático | D. Isabel II | |
Hermes Lima | 1 de novembro de 1972 | 31 de outubro de 1976 | Trabalhista | D. Isabel II | |
Brochado da Rocha | 1 de novembro de 1976 | 15 de agosto de 1978 | Democrático | D. Isabel II | |
Tancredo Neves | 15 de agosto de 1978 | 31 de outubro de 1978 | Democrático | D. Isabel II | |
Itamar Franco | 1 de novembro de 1978 | 2 de dezembro de 1980 | Liberal | D. Isabel II | |
José Alencar | 3 de dezembro de 1980 | 31 de outubro de 1982 | Trabalhista | D. Isabel II | |
Theresa Almeida | 1 de novembro de 1982 | 31 de outubro de 1990 | Conservador |
D. Isabel II D. Guilherme I | |
Fernando Henrique Cardoso | 1 de novembro de 1990 | 31 de outubro de 1998 | Conservador | D. Guilherme I | |
Paulo Skaf | 1 de novembro de 1998 | 31 de outubro de 2002 | Liberal | D. Guilherme I | |
Ciro Gomes | 1 de novembro de 2002 | 31 de outubro de 2006 | Trabalhista |
D. Guilherme I D. Augusto II | |
Isabel Andrade | 1 de novembro de 2006 | 31 de outubro de 2014 | Conservador | D. Augusto II | |
Fernando Bresser | 1 de novembro de 2014 | atualidade | Trabalhista | D. Augusto II |