Dia 17 de dezembro de 1989. Considerado o momento mais importante da história do país a aquele ponto, os eleitores brasileiros haveriam de eleger entre o ex-governador de Alagoas, o "caçador de marajás", Fernando Collor de Melo, e o deputado sindicalista Luís Inácio Lula da Silva, como o seu primeiro presidente desde a redemocratização, assim como desde a promulgação da Constituição de 1988. Durante o segundo turno, à medida que se chegava no dia da eleição, as pesquisas mostravam-se cada vez mais acirradas, com Lula cada vez mais se aproximando de Collor. No dia, anunciava-se o vencedor: Luís Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, vence o pleito eleitoral com 53,4% dos votos, contra 46,6% de seu adversário.
Ponto de divergência[]
Fazer um ponto de divergência para mudar uma eleição não é relativamente fácil, compreendendo o contexto ao todo. Para alguns, como Ciro Gomes[1], que afirmou em uma entrevista, faltou Lula chamar o Collor de "playboy safado" e "cheirador de cocaína", o que não ocorreu. Para outros, também faltou o apoio de figuras ilustres. Ulysses Guimarães, por exemplo, se dizia disposto a apoiar a campanha do petista caso houvesse contato do partido[2], o que também não aconteceu. Para mais uns, faltou moderar o diálogo, considerando o partido na época como "muito radical". Usemos então esses três princípios para essa hipotética vitória de Lula na eleição:
- A campanha do Lula se empenha em ser mais "proativa" contra Fernando Collor. Com o surgimento de histórias como o Caso Lurian e o sequestro de Abílio Diniz, o Partido dos Trabalhadores procura revidar em acusações como um suposto uso de drogas do adversário (o que em NLT seria mais tarde afirmado em entrevista com Pedro Collor), assim como a do pai de Fernando Collor, Arnon de Melo, que protagonizou o Homicídio no Senado Federal Brasileiro.
- Ulysses Guimarães endossa publicamente Lula da Silva, aparecendo em comícios e na campanha do candidato, atacando Collor como "resquício da ditadura".
- Lula e o Partido dos Trabalhadores escolhem Fernando Gabeira, do Partido Verde, como companheiro de chapa no lugar de José Paulo Bisol, que migra ao PSDB, liderando as tendências à esquerda no partido. Gabeira demonstra um tom mais conciliatório no cenário político.
Com esses princípios, fazemos aqueles indecisos das pesquisas às vésperas da eleição de 1989 — com uma maior chance de — migrarem mais para Lula do que ao Collor, efetivamente dando a vitória ao petista.
Referências[]
- ↑ Monica Gugliano (Dezembro de 1999). «Ciro: campanha eleitoral tem que ter baixo nível», Senadores na Mídia. Consultado em 09 de janeiro de 2023.
- ↑ Celso Rocha de Barros (22 de outubro de 2018). «Bolsonaro representa facção das Forças Armadas que ganhou poder com a tortura», Folha de S. Paulo. Consultado em 09 de janeiro de 2023.
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