Um Brasil Fragmentado é uma linha de tempo de história alternativa que trata de história, política e escravidão no século XIX. Em nossa linha de tempo, o Brasil foi formado após um processo de independência relativamente conservador, o que permitiu ao país permanecer unido após alguns conflitos localizados (ao contrário das colônias espanholas, que se dividiram em vários países diferentes). A ideia por trás desta LTA considera que isso só foi possível por causa da figura poderosa de D. Pedro, Príncipe Regente de Portugal, que rebelou-se contra as ordens de seu pai e deu início a esse processo, que ele próprio comandou, e posteriormente reinou sobre o recém criado novo país como o imperador D. Pedro I. Mas se D. Pedro tivesse deixado o Brasil como havia sido ordenado, as coisas terminariam de uma forma muito diferente.
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Antecedentes[]
Período Colonial[]
As regiões que formaram a América Portuguesa haviam sido exploradas pelos europeus desde 1500. Devido ao enorme tamanho das colônias e à falta de recursos da Coroa portuguesa, um sistema de capitanias hereditárias foi estabelecido, e deu origem a um forte sentido de autonomia entre os colonos. As dificuldades logísticas de navegação tornava difícil criar um governo unificado, de modo que o rei português Filipe II estabeleceu dois estados coloniais: o Estado do Maranhão e Grão Pará no norte, e o Estado do Brasil no sul. O Estado do Brasil foi posteriormente dividido em duas regiões administrativas: o Estado do Norte (com capital em Salvador) e o Estado do Sul (com capital no Rio de Janeiro).
Embora houvesse governadores gerais designados pelo rei, as capitanias mantiveram uma grande autonomia ao longo do período colonial, uma vez que elas dependiam de seus donatários para seus recursos. Apenas algumas capitanias efetivamente prosperaram desde o início: Pernambuco, São Vicente e Bahia, todas elas dependentes da produção de cana de açúcar e de massiva escravidão africana. Em 1822, essas regiões (então já denominadas províncias) eram ainda as colônias mais poderosas, e cada uma delas daria origem a futuros países.
No início do século XIX, as colônias portuguesas (que eram chamadas conjuntamente de Brasil) haviam superado algumas crises importantes e estavam em franco processo de recuperação econômica. Algumas rebeliões eclodiram, inspiradas pela filosofia do Iluminismo e pela Independência dos Estados Unidos, especialmente em Minas Gerais, Bahia e Pernambuco. Essas rebeliões foram todas duramente esmagadas pelas forças coloniais da coroa portuguesa.
A chegada da corte portuguesa[]
Após ser ameaçado de deposição pelo imperador francês Napoleão Bonaparte caso desafiasse o Bloqueio Continental, o príncipe regente D. João decidiu deixar Portugal e transferir sua corte para o Brasil em 1808. A chegada da Corte modificou dramaticamente a colônia, especialmente na cidade do Rio de Janeiro. Como primeira medida, D. João permitiu que as "nações amigas" (o que, na época, significava apenas "Grã-Bretanha", embora mais tarde outras também fossem incluídas) comerciassem diretamente com o Brasil, e promoveu uma série de melhorias na cidade provinciana.
A fuga da corte para o Brasil deixou o Portugal continental em uma situação muito difícil. Além da ocupação do território pelas tropas francesas, algumas medidas tomadas por D. João quebraram a economia do país: o decreto de abertura dos portos, de 1808, e os tratados da década de 1810 com a Grã-Bretanha, que permitiram que os produtos ingleses entrassem no Brasil em condições extremamente vantajosas. Após essas medidas, Portugal havia perdido seus privilégios coloniais e parecia muito mais uma colônia brasileira ou um protetorado britânico.
O Reino Unido[]
Em 1814, D. João enfrentou a necessidade de retornar a Portugal, condição necessária para que ele enviasse um embaixador para o Congresso de Viena. Além disso, a morte da rainha D. Maria I em 1815 levou a uma situação inusitada: o Príncipe Regente D. João era agora o rei D. João VI de Portugal, mas a coroação aconteceu no Rio de Janeiro, milhares de quilômetros longe de Lisboa, e o rei não dava nenhuma mostra de que pretendia voltar para casa tão cedo.
Os protestos exigindo o retorno do rei começaram a aumentar em Portugal, já que a ameaça representada por Napoleão tinha acabado e o rei não tinha mais uma boa razão para permanecer no Brasil. Mas ele temia que deixar o Brasil pudesse ser uma atitude desastrosa: seus conselheiros percebiam um crescente sentimento de autonomia entre os colonos e uma animosidade cada vez maior contra o domínio português, e acreditavam que uma rebelião (ou uma série delas) se iniciaria se o rei fosse embora. Ou seja: o sentimento de liberdade começava a crescer nas colônias, e D. João VI sentia que sua presença era uma das poucas coisas que evitava que isso explodisse. Além do mais, as notícias chegadas de diversas colônias davam conta de que as elites locais estavam inquietas e alguns movimentos populares estavam começando a surgir, e o rei temia que Portugal estivesse prestes a perder o controle da colônia de dimensões continentais.
Para evitar que isso acontecesse, e para garantir ao mesmo tempo o assento português no Congresso de Viena, embora estivesse longe de Lisboa, D. João VI elevou o Brasil à condição de Reino Unido a Portugal e Algarve. Isso criou o primeiro reino europeu nas Américas, uma situação que os brasileiros não estariam dispostos a abrir mão com facilidade.
A partida de D. João VI[]
Nesse meio tempo, a burguesia portuguesa, especialmente na cidade do Porto, ao norte do país, procurava restabelecer os privilégios portugueses e instituir um sistema política e economicamente liberal. Em 1820, a Revolução Liberal do Porto eclodiu. e os rebeldes exigiam o imediato retorno do rei a Portugal. A ameaça ao seu poder já havia passado, a maioria dos nobres e cortesão que fugiram com ele em 1808 já haviam retornado ao país e a população portuguesa exigia reformas políticas. Dom João VI teve que encarar novamente o dilema de retornar a Portugal e arriscar-se a perder o Brasil ou ficar e arriscar seu trono em Lisboa. Exigia-se que o rei aceitasse uma Constituição para o reino, e o Brasil voltaria à condição de colônia portuguesa, o que era considerado inaceitável pelos brasileiros. Os temores de D. João VI, de rebeliões em ambos os lados do oceano, no entanto, eram ainda maiores do que anteriormente, e levaram-no a tomar uma decisão radical: incapaz tanto de abandonar a antiga colônia, pura e simplesmente, nem de adiar mais seu retorno a Portugal, D. João VI não viu outra alternativa a não ser retornar, mas deixar em seu lugar seu filho e herdeiro D. Pedro como Príncipe Regente do Brasil. Essa manobra inteligente manteve intactos seus domínios, mas enfureceu os portugueses assim que o navio real chegou a Lisboa.
Assim que chegou, d. João VI foi forçado a exigir o retorno imediato de seu filho. Assim, era agora D. Pedro que deveria enfrentar o mesmo dilema de seu pai: ou aceitar as ordens do rei e retornar, mas arriscando-se a consequências imprevisíveis ao seu poder no Brasil, ou rebelar-se contra o rei e permanecer, colocando em risco assim sua própria pretensão à coroa portuguesa.
Ponto de divergência[]
- No final de 1821, o Príncipe Regente D. Pedro, de Portugal, recebeu ordens das Cortes Gerais de Portugal, de deixar seu posto de regente do Reino do Brasil. Em 9 de janeiro de 1822, ele anunciou, ao contrário da NLT, sua decisão de acatar as ordens e retornou a Portugal, o que levou a uma série de guerras de independência pelo Brasil. Na falta de um líder poderoso para unir as antigas colônias, elas logo se dividiram em diversos países menores independentes. A série de eventos é resumida por aqui:
- São espalhados rumores que o tenente-general Jorge de Avilez, conhecido por ser fiel a Portugal, se tornaria o representante do governo português no Brasil, fato considerado inaceitável para partidários brasileiros na época. Esses rumores são escandalizados principalmente por correntes separatistas brasileiras, inflamando a população que o Brasil estaria possivelmente voltando a se tornar uma colônia.
- As províncias brasileiras, com exceção do Grão-Pará e do Maranhão, declaram o rompimento com o governo central português, localizado em Lisboa. As províncias mandam representantes para o Rio de Janeiro para formalizar uma Assembleia Constituinte e declarar a independência do Brasil.
- A declaração de independência é formalizada por Andrada Machado, Presidente da Assembleia Provisória do Brasil, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em 7 de setembro de 1822. O dia é considerado como o começo das guerras de independência da América portuguesa.
- Divergências entre os representantes relacionado à autonomia e a questão territorial das províncias acaba levando o país à instabilidade e resulta em desentendimento entre lideranças regionais. Em 1823, províncias no Nordeste rompem e formam a Confederação do Equador, logo mais seguida pela Bahia. Um ano depois, o Rio Grande do Sul e Santa Catarina também declaram independência, formando o Rio Grande. As províncias restantes ainda constituem o país, enquanto o Grão-Pará e o Maranhão, apesar de intervenções de mutirões pró-Independência seguem leais à Coroa portuguesa. Revoltosos ao norte de Goiás decidem se juntar à forças leais a Portugal. O Piauí decide se juntar à Confederação do Equador.
- Exército português é derrotado nas Américas. Lideranças do Grão-Pará e Maranhão, últimos territórios legalistas, são depostas por movimentos da população local e rompem com Portugal. Províncias restantes do Brasil declaram a criação de Catanduva. A Convenção de Salvador é realizada, para o reconhecimento das nações luso-americanas na América do Sul. Apesar disso, ainda há guerra interna entre os países envolvidos.
Membros[]
- Parsifal br (discussão)
- Mass (discussão)
- Lnobse (discussão)
Índice[]
- Lista de países
- Amazonas
- Bahia
- Catanduva
- Equador
- Rio Grande
- Brasil (1822–1824)
- Guerras de independência na América portuguesa
- Liga de Estados Brasílicos
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